Utilizando-se da teoria da Significação, como objeto primeiro da Semiótica, este artigo tem como finalidade discutir a representação da morte, em “Campo Geral”, de Rosa, em diálogo a escultura La Pietà, de Buonarroti, a fim de provocar o processamento da leitura literária. Como recurso metodológico trabalhou-se a pesquisa bibliográfica, de cunho analítico. O signo morte foi re-visitado com base na definição de transcendental, como um rito de passagem. Apreendeu-se, nos resultados, os percursos gerativos de sentido, através das imagens mental e plástica da morte, que, através de um ground, se reconstrói nos dois recursos midiáticos. Concluímos que é possível apreender a relação entre o constructo do signo morte na narrativa literária Campo Geral e na escultura La Pietà, considerando que o texto literário, pelas características que lhe são peculiares também sugere imagens, figuras, formas, paralelos, confrontos, correspondência com a escultura, tornando-se possível estabelecer construção de sentidos, leitura crítica, ao colocá-las dentro de uma história ou de um contexto. O plano do conteúdo sintetizado em ambos os textos, símbolo do signo disfórico morte, tem origem no imaginário, pois os textos são fictícios, representação.
O que se propõe analisar neste trabalho é a busca constante da transmutação do modo de ver o mundo, que faz da obra de Rosa uma grande paideia, que incita o jogo do devir, o jogo de atravessar, o jogo das metamorfoses contínuas e comuns de toda forma de vida. O narrador rosiano põe o leitor em constantes rupturas da lógica, dos limites, dos pragmatismos humanos, a fim de descontruir a automatização dos homens e do mundo, gestando o aprendizado de uma nova leitura do mundo, que destrói os determinismos e lógicas da subordinação, decretando o fim da lógica do senhor e do escravo. Essa nova visão mito-poética faz o homem comum religar-se ao mundo, não como superior, mas como parte integrante que deve aprender o movimento dialético da vida: o nascer e morrer constantes, o transformar-se para perpetuar-se, o ir e vir contínuos e perpétuos. Assim, neste trabalho, o que se objetiva estudar é a representação das personagens rosianas em busca de sua construção como indivíduos, especialmente no