Cume à vista!

por Jin Terada

 

Escalada é uma modalidade desportiva cujo fim é atingir o cume de uma parede rochosa, de um bloco ou de um muro de escalada. Na sua origem, a escalada aparece como uma atividade derivada o montanhismo e utilizada como treino para corridas de alpinismo. A escalada como prática desportiva aparece no século XIX em Dresden, na Alemanha, e no Lake District, na Inglaterra.

Na escalada, o princípio de adaptação ao meio utiliza dois equipamentos de base: o sapato de escalada, o chamado pé de gato, e o carbonato de magnésio, para secar a transpiração das mãos e aumentar a aderência, mas este equipamento é extremamente básico, na realidade poucos podem se permitir atacar uma parede só assim equipados.

Na realidade, não só na escalada, mas nos desportos deste tipo na montanha, o equipamento habitual, que deve ser garantido por um controle de qualidade internacional, é composto por dois tipos de material; o de segurança e o auxiliar.

O equipamento de segurança é o equipamento de base para um escalador, usado tanto nas paredes artificiais como na natureza, e é composto por: sapatos de escalada, corda, arnês/cadeirinhas, mosquetões, freios/blocantes – que impedem a queda do escalador no caso de imprevistos. Também é aconselhável ter um transmissor de localização pessoal para ser usado em situações de emergência.

Já o equipamento auxiliar é utilizado na escalada de montanha quando exige uma certa experiência e conhecimentos de utilização na conquista das vias de escalada e são os: capacete, piolet, pitões, crampons, mosquetões, mochila, costura de escalada, gri-gri, camalot, fitas, friends, nuts, etc.

 

Na escalada existem 3 categorias:

Boulder: A escalada de boulder consiste em subir uma rocha ou um muro de treino em que se privilegia mais a força física de explosão em detrimento da resistência física. Regra geral, os problemas de bloco envolvem poucos passos. É comum o recurso a crashpads para minimização dos efeitos de uma possível queda do escalador.

Esportiva: A escalada de falésia (desportiva) consiste em escalar vias em rocha – raramento, muro de treino – com uma altura considerável, onde é privilegiada a resistência física do atleta. Em geral, a escalada de falésia é feita com recurso a vários equipamentos de segurança.

Tradicional: O termo geralmente empregue para designar este tipo de muro de treino é o EAE – Estrutura Artificial de Escalada. Este tipo de escalada, feitas de estruturas artificias em madeira ou betão, é empregada principalmente como local de treino, ou nas regiões planas e/ou cidades desprovidas de SNE – Sítios Naturais de Escalada, pelo que muitas vezes se encontrem dentro de salas (indoor) e raramente no exterior.

Conheci o Pedro Garufi em 2015, no ano em que entrei no curso de Administração da FEA USP. Ele é da minha sala e praticou algumas modalidades junto comigo ao longo da graduação, como atletismo e o remo. Durante esse período, ele treinava escalada na Academia Casa de Pedra, e sempre me convidava para experimentar a prática do esporte.

Quando você começou na escalada?

Pedro Garufi – Comecei em academia. Fui uma vez com um amigo, gostamos, e passamos a frequentar regularmente. Quando ganhamos físico fizemos curso e investimos em equipamentos para escalar vias esportivas e tradicionais em rocha.

Como você enxerga a prática da escalada no Brasil?

Pedro Garufi – Crescente. O esporte acaba de entrar no circuito olímpico. O Brasil acaba de formar a ABEE, Associação Brasileira de Escalada Esportiva, entidade que objetiva fomentar a prática do esporte e organizar campeonatos. A escalada em rocha é promissora, novas rochas a todo momento. Academias nas grandes cidades como SP estão ganhando popularidade e se expandindo. Finalmente, dessas academias surgem atletas de nível internacional como Felipe Camargo e Felipe Ho Foganholo, que inclusive faz odontologia aqui na USP.

Quais são as dificuldades em praticar o esporte?

Pedro Garufi – Em geral, a prática é cara. O equipamento mínimo é a sapatilha, que varia como um tênis de corrida, de 200 a 700 reais. Academias têm mensalidades altas. Cursos são caros e os equipamentos também, dado que são todos importados (fabricação americana e europeia).

Você já chegou a competir nessa modalidade? Teve alguma conquista?

Pedro Garufi – Não.

Qual a recomendação para os que querem começar a modalidade, ainda mais agora com uma parede de escalada no CEPE que recém-inaugurada?

Pedro Garufi – As academias estão se popularizando e por isso os preços tendem a baixar. A recomendação é procurar uma e fazer um teste, eles oferecem todo equipamento necessário e dispõem de vias para iniciantes. Para escalada em rocha, é necessário um certo preparo físico bem como treinamento apropriado. Nunca se deve comprar equipamento e fazer por conta própria, sem instrução adequada. Finalmente, o CEPE USP está inaugurando a modalidade na cidade universitária. O uso da parede é gratuito, sendo ela aberta em horário específico. É necessário concluir um curso básico dado no CEPE e possuir calçado adequado. Aconselha-se, mesmo a escaladores experientes em boulder, não escalarem sozinhos. Segurança em primeiro lugar!

 

Contato: jin2terada@gmail.com