CrônicasNA ACADEMIA

Enquanto a Olimpíada de Tóquio não vem: assessoramento de atletas olímpicos é feito online

Por Edwaldo Costa

Fernanda Amélia Leopoldino Resende de Oliveira, jovem jornalista de 26 anos, natural de São Gotardo-MG, enquanto espera os Jogos Olímpicos de Tóquio, faz seu trabalho assessorando atletas olímpicos de modo online. Ela é formada em Jornalismo, desde 2017. Apaixonada por esportes desde pequena, já praticou diversas modalidades como handebol, tênis, beach tennis, basquete e vários outros. Atualmente treina fight fit (luta com funcional) e pedala.
No momento atual precisou reinventar o assessoramento de seus clientes/atletas, já que o Brasil vive uma situação de restrições impostas pelo distanciamento social devido o cenário de pandemia pela Covid-19.

Mesmo antes de ter se formado, Fernanda conseguiu credenciamento para realizar a cobertura do futebol nas cidades sedes dos Jogos Olímpicos de 2016. Logo de início, acompanhou os dois primeiros jogos da Seleção Brasileira, em Brasília e, depois foi ao Rio de Janeiro, onde pode acompanhar outras modalidades, também.

Outra experiência incrível na área de comunicação veio com a cobertura dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A jornalista pode registrar os feitos da delegação brasileira, que superou marcas relevantes e quebrando recordes históricos. O destaque ficou por conta do total de 72 medalhas conquistadas nas arenas cariocas (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes), o maior número de pódios do país em todas as edições.

“Eu ainda não tinha me formado, mas consegui me credenciar com o Portal Esporte Net, podendo então, aprender bastante e crescer muito, profissionalmente. Senti a realidade de trabalhar quase as 24 horas do dia! Era andando o dia inteiro, indo atrás dos resultados de todas as modalidades que tivesse brasileiro jogando. Foi uma experiência, incrível”, conta Fernanda.

Em 2019 foi credenciada para realizar a cobertura dos Jogos Pan-Americanos de Lima e atuou como jornalista, fotógrafa e no assessoramento de imprensa dos seus clientes (atletas e técnicos), que estavam na competição. Nesta edição, a equipe brasileira também fez uma excelente campanha e confirmou a melhor atuação do país em Jogos Pan-Americanos. O Time Brasil conquistou 171 medalhas e garantiu o país no 2º lugar do quadro geral de medalhas, com 55 de ouro, 45 de prata e 71 de bronze. Como se vê.

Durante o tempo em que trabalhou no Portal Esporte Net, site especializado em esportes, a jornalista notou carência na área de assessoria esportiva, para atletas e técnicos, principalmente com redes sociais. Com isso, se aperfeiçoou em mídias sociais e em setembro de 2018, criou a “Fokus Assessoria”.

A vivência em grandes competições esportivas, o network e a experiência adquiridas nos eventos, possibilitaram assessorar atletas como: Netinho Marques (taekwondo), Talisca Reis (taekwondo), Emily Rosa (levantadora de peso), a Beatriz Ferreira (boxe), entre outros.

“Desde que começou a pandemia da Covid-19, eu passei a trabalhar em casa. Tento manter contato com todos meus clientes diariamente. Solicito informações dos treinos e das competições, afinal, nem todas as competições têm transmissão ao vivo para eu acompanhar. Também levanto pautas, crio release e envio para a imprensa. As mídias sociais de cada um deles, são atualizadas de forma frequente”, detalha Fernanda sobre suas múltiplas atividades de assessoramento.

Devido à pandemia do novo coronavírus, o Time Brasil e suas respectivas confederações têm enviado atletas para treinamentos no exterior ou para treinarem de forma segura no CT do Time Brasil. Tal medida faz parte do Programa Emergencial de Apoio ao Sistema Olímpico.

“Acredito que a pandemia pode impactar nos resultados dos Jogos Olímpicos e dos Paralímpicos de Tóquio. Infelizmente, não são todos os atletas que conseguem manter o treinamento diário intenso, além disso, muitos deles estão sem competições, que é um recurso importante que proporciona ritmo e testa tudo o que vem sendo treinado. Tem vários países que, em relação à pandemia, estão à frente, conseguindo conter o vírus e os atletas estão conseguindo treinar melhor. Mas, com sua típica criatividade, os brasileiros também vêm se adaptando. Afinal, é a maior competição do planeta e o Brasil vai buscar bater os recordes e mais do que isso, como sempre acontece, vai dar o seu melhor”, finalizou Fernanda.

Edwaldo Costa possui pós-doutorado pela ECA-USP e atualmente é jornalista do Centro de Comunicação Social da Marinha do Brasil