COLUNA DO MEIO

E O SOL?

Refletia sobre a chance dos políticos selarem a paz por meio de  um simples aperto de mãos.

Domingo, 2 de outubro de 2022, seria  um dia lindo, bom para passear e  sem a necessidade de vestir a camisa colorida por obrigação. PB estaria de bom tamanho.

Acordei sonado, com vontade de comida boa e de assistir um filme bobo na TV. Estava friozinho, mas sem necessidade de cobertor. Escolhi a camiseta rosa para comparecer à seção eleitoral.

Cheguei ao local acompanhado da minha esposa e logo percebi os olhares perplexos rodeados por um barulho silencioso. A vontade era de retornar para a casa rapidinho e aproveitar o tempo dentro do apartamento.

Isolamento social obrigatório. A seleção de voleibol feminino era a única ligadassa e pronta  para a conquista do inédito mundial.

Calmaria em homenagem a Éder Jofre.

De repente, começaram uns gritos soando direto das ruas e das janelas.

Eu levei um susto, pois estava tirando uma soneca.

Já era noite e fiquei triste:

“E o sol?”

Fui dormir cedo, mas já era tarde demais.

* Luciano Victor Barros Maluly é professor na ECA-USP.