As mãos divinas de Maria Andreia Vieira

Nascida e criada em Piraju, Maria Andreia Vieira não imaginava que um dia trabalharia com arte. Filha de Maria do Carmo Moya Vieira, professora, e Acílio José Vieira, corretor de imóveis, foi estudar em Londrina aos 17 anos e fez dois anos de Ciências Contábeis. Já com 19, a pirajuense retornou ao Estado de São Paulo e foi morar na capital.

Em São Paulo, conheceu toda a riqueza artística que a metrópole guarda: o Memorial da América Latina, o MASP (Museu de Arte de São Paulo), as diversas barracas de artesanato na Praça Benedito Calixto e muitas outras atrações. A pirajuense se maravilhava com a arquitetura, música, dança, exposições e tudo o que a Paulicéia dos anos 2000 podia oferecer. 

Em 2003, Maria Andreia ficou grávida. Com o tempo, seu filho Léo precisou de mais atenção e tempo. Decidida a ser mãe solo, ela pediu as contas e começou a fazer arte para vender. Hoje, após tantos anos, o ateliê MariArt conta com diversas peças de artesanato, pintura, decoração com materiais recicláveis, restauração, entre outras belezas. 

Mas até chegar aqui não foi fácil. No início, a artista pensou em trabalhar com decoupage, uma técnica artesanal feita a partir de colagens e recortes de materiais (imagens, tecidos, jornais, etc). A ideia não a agradou muito e foi aí que lembrou de alguns CDs velhos que tinha guardado em casa. “Certa vez, eu falei para não jogar fora, quem sabe surge alguma coisa para fazer com isso. No fim, achei um vídeo de como se limpar os CDs, deixar transparente, comecei a pintar mandalas e fazer pêndulos neles”, conta. 

Reaproveitar materiais sustentáveis e reciclar esses elementos na arte é um dos trabalhos que a artista se propõe a fazer. Além das pinturas em CDs, também utilizava garrafas antigas de bebidas, como vodka e whisky, para fazer pinturas e arranjos.

Na mesma época, ela começou a frequentar a Feira da Lua, um mercado a céu aberto que existe em Piraju com barracas de frutas, verduras, comidas, brinquedos e outras vendas. Na feira, que acontece toda quarta-feira na praça Ataliba Leonel, em frente à Igreja Matriz São Sebastião, há algumas pessoas que expõem suas artes livremente. Aos poucos, Maria Andreia foi se adentrando nesse meio e passou também a apresentar seu trabalho ali. 

Com o tempo, tudo foi se estruturando. A artista comenta sobre:

Ainda falando sobre seu trabalho, Maria Andreia revela que pintar mandalas é o que mais gosta de fazer. A mandala da cura, principalmente, que tem um papel muito importante em sua vida por ter feito parte de um de seus momentos mais difíceis. Além das pinturas, a artista relata que produzir peças que terão utilidade posteriormente também é algo que adora. Porta-chave, porta-copo, porta-anel, pendurador, todos os tipos de caixinhas, de remédio, porta-treco: tudo que aparecer!

Uma das características do trabalho de Maria Andreia é que a mesma não assina suas peças. Segundo a artista, todo seu trabalho é vibracional, pertencem àqueles que comprarem: “Não são para mim. Então, por exemplo, eu fiz uma caixa de remédio com uma mandala na caixa, talvez até se transforme em outra coisa, sabe?”

Para Maria Andreia, ver a alegria nos olhos dos clientes é gratificante. Ela conta que, muitas vezes, quando uma pessoa entra em seu ateliê e vê todas as artes expostas, seus olhos brilham. Trazer alegria para os outros é uma grande compensação em seu trabalho. “O mundo anda tão complicado, que se a gente puder fazer um pouquinho para que isso seja um pouco mais ameno é bom!”. 

Para finalizar, a artista deixa uma mensagem final:

“Eu diria para todas as pessoas que se você tem um sonho ou se você tem vontade de fazer uma coisa – e isso está envolto em boas intenções -, eu acredito que você tem que dar o primeiro passo, né? Porque quando a gente dá o primeiro passo o universo conspira a favor da gente. Deus ajuda. Tem que batalhar!”  

Para acompanhar mais do trabalho de Maria Andreia, confira as redes sociais:

Instagram: @m_andreiav (https://www.instagram.com/m_andreiav/?hl=pt-br)

Facebook: MariArt (https://www.facebook.com/MariArt-460372634124243)

ISABELLA MARIN é repórter e bolsista do projeto “Registro da Memória e do Turismo na Estância Turística de Piraju: desenvolvimento das habilidades comunicacionais no ensino fundamental I e II” do Programa USP MUNICÍPIOS

3 thoughts on “As mãos divinas de Maria Andreia Vieira

  • 1 de setembro de 2021 em 14:24
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    ANDREINHA LEGAL LINDO SEU TRABALHO. TD DE BOM SAÚDE

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  • 1 de setembro de 2021 em 14:25
    Permalink

    ANDREINHA LEGAL LINDO SEU TRABALHO.TD DE BOM

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