ISSN 2359-5191

02/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 136 - Saúde - Faculdade de Medicina
Cresce número de hospitais públicos que realizam aborto legal

São Paulo (AUN - USP) -O número de serviços públicos que realizam o aborto dentro dos casos autorizados em lei vêm aumentando nos últimos anos. O procedimento hoje é oferecido em 400 hospitais públicos, frente a três em 1994, nos casos de gravidez a partir de estupro e de risco para a saúde da mãe. Um dos primeiros juízes a autorizar a realização do aborto nos casos da lei, José Henrique Torres comemorou o aumento em palestra na Faculdade de Medicina da USP que debateu o tema. ”A criação de um sistema público acolhe essas mulheres (que fazem o aborto)”.

“Demoramos mais de 50 anos para instalar o primeiro serviço público por causa da estigmatização da criminalização”, defende Torres. Ele considera isto essencial e é a favor de um aumento ainda maior, pois “Enquanto não dermos esse serviço, as mulheres continuarão com fome de justiça, com medo da violência que não resolve nada”.

O juiz afirma ainda que “O Brasil já descriminalizou o abortamento por estrato social”, defendendo que pessoas com condições financeiras realizam o procedimento sem problemas. Assim ressalta a importância dos serviços públicos que realizam o aborto legalizado de forma gratuita.

Torres ressaltou ainda que os problemas decorrentes do aborto se tornaram hoje uma questão de saúde pública, uma vez que esta é uma das três maiores causas de morte materna no país. Para isso, apresentou números que mostram cerca de um milhão de abortos no Brasil por ano e desse total um quarto é feito pelo SUS. No mundo estima-se que 50 mil mulheres morram por ano em decorrência de complicações causadas pelo aborto, sendo quatro mil na América Latina.

Quem concorda com o juiz é Cristião Fernando Rosas, médico obstetra e membro de entidades que estudam o tema. Para ele, é importante discutir o aborto no país pois isso traz também outros temas, como planejamento familiar e métodos contraceptivos.

O médico também citou dados de uma pesquisa ainda não divulgada do Hospital Pérola Byngton, cujo resultado demonstra que o trauma de pacientes que fizeram o aborto é menor do que o esperado. Mas previne também que o procedimento não deve ser usado como método contraceptivo e que “a descriminalização não significa a obrigação do aborto”.

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