ISSN 2359-5191

26/12/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 152 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Projeto pesquisa novo tratamento contra malária

São Paulo (AUN - USP) -A malária é uma das doenças que mais matam em todo o mundo. Endêmica na maioria dos países de clima tropical, a doença é responsável por cerca de 2 milhões de mortes por ano. É transmitida por protozoários do gênero Plasmodium, que são transmitidos pela picada de mosquitos. O principal tratamento é feito com remédios à base de quinina, mas seu mecanismo de ação ainda é pouco conhecido e os protozoários acabam se tornando resistentes a ele. Pesquisadores da USP estudam uma forma de deixar o tratamento mais eficiente.

Um projeto de iniciação científica do curso de Ciências Moleculares da USP tenta desvendar como os medicamentos antimaláricos funcionam. “Nos últimos anos aumentou o número de parasitas resistentes ao tratamento com quinina. Nosso estudo visa ajudar o desenvolvimento de uma nova geração de medicamentos procurando entender como os antimaláricos atuais agem”, explica o pesquisador Saulo Henrique Oliveira.

A quinina é encontrada naturalmente em uma árvore do Peru e é usada há séculos na medicina tradicional da região como tratamento contra a malária. Ela age como antiinflamatório, analgésico e antipirético (diminui a febre), aliviando os sintomas da malária, mas também foi observado que ela age contra o parasita infeccioso.

Várias substâncias derivadas da quinina, como a quilonina e a cloroquina foram identificadas e são usadas nos remédios modernos. “Nós percebemos que a cloroquina age eliminando cálcio no interior dos parasitas. Fizemos a cultura de células sanguíneas infectadas com o Plasmodium-falciparum, uma das variedades do parasita, administramos quirolina, quinina e fármacosa comerciais, juntamente com uma substância fluorescente que identifica o cálcio e percebemos que esses medicamentos liberam cálcio no compartimento ácido do protozoário”, detalha o pesquisador.

O cálcio, absorvido pelo parasita, aparentemente o mata. “Não se sabe ao certo o que esse cálcio é capaz de fazer. Acredita-se que ele mataria o parasita, mas não existem provas científicas”, diz Saulo. Com o aumento de parasitas resistentes, as pesquisas tentam desvendar derivados que liberam mais cálcio no protozoário. “Estamos chegando na reposta sobre o mecanismo de ação dos medicamentos. Talvez neste século iremos conseguir controlar a malária”, conclui.

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