ISSN 2359-5191

24/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 127 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Mar deveria ser mais valorizado no Brasil, defendem especialistas

São Paulo (AUN - USP) - O mar deveria ser encarado com mais seriedade e ter sua devida importância reconhecida, como ocorre nos países costeiros desenvolvidos. Essa é a visão do professor Frederico Brandini, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, defendida em mesa redonda realizada no evento Oceanos e Sociedade, no IO.

“Nós não valorizamos o mar como parte do território brasileiro. Para o cidadão, o mar é sinônimo de praia, de férias de verão”, argumenta Brandini. Essa postura de valorização do mar ajudaria a incentivar a criação de políticas públicas que incentivassem, entre outros benefícios, a pesquisa na área da oceanografia.

Para Márcia Oliveira, do Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro, do Ministério do Meio Ambiente, um dos grandes desafios no assunto é a dificuldade de colocar em prática aquilo que se planeja para os oceanos. Outra questão importante é o hiato que existe entre os conceitos de “oceano” e “costa”, que fazem com que as pessoas não relacionem o território costeiro de maneira correta, englobando tanto o mar azul como a região terrestre.

Oliveira também acredita que “as políticas públicas atuais não são sistematizadas e sim pontuais, não conseguindo ser realmente transformadoras da sociedade”. Assim, não há um retorno para os cidadãos dos aprendizados e dos desafios gerados por essa política, restrita a algumas instituições pontuais.

Na visão de Cinthia Masumoto, analista ambiental do Ibama, é importante ressaltar que desde a década de 30, o mar é visto como uma fonte de recursos, não como um recurso propriamente dito. As instituições e seus respectivos códigos de ordenamento, como a Agência Nacional de Águas e o Ibama, por exemplo, foram criadas compartimentando o uso de um recurso, e não considerando o mar como um bioma. “Nós podemos avançar um pouco mais e ter uma manutenção integrada, não apenas do controle da poluição, mas também do uso do território”, defende.

Ativista do Greenpeace, Leandra Gonçalves julga pertinente a comparação do tratamento que as pessoas dispensam à Amazônia e aos oceanos. Ela destaca que, apesar da maioria dos cidadãos nunca ter ido à Amazônia, todos demonstram preocupação com seu desmatamento, enquanto que mesmo indo todos os anos para a praia, as pessoas continuem a não valorizar o oceano de maneira adequada. “O contato com o mar é muito mais próximo, mas a conscientização de preservação dos recursos marítimos ainda não está presente na mídia e na população na mesma proporção”, alerta.

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