ISSN 2359-5191

30/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 120 - Economia e Política - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
A visão de escritor grego sobre o processo de civilização romana

São Paulo (AUN - USP) - Quase desconhecido no Brasil, Estrabão foi um autor grego que pouco se tem informações, mas tem uma produção rica e numerosa, mas de difícil acesso, explica Bruno dos Santos Silva, mestrando da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. A partir de suas citações autobiográficas, foi possível deduzir alguns dados sobre sua vida. Em seus escritos, ele trata Amaseia – hoje Amasya, na Turquia – como sua cidade natal, e indica que sua família esteve ligada às histórias dos governantes da região, sendo parte de uma aristocracia regional que tinha grande influência no poder local.

Acredita-se que por meio dessas condições, o escritor teve oportunidade de viajar para muitos lugares, dentre eles, o Mediterrâneo Oriental e Roma. Quanto às datas, não há consensos entre os estudiosos. Alguns acreditam que ele acompanhou a passagem de dois imperadores pelo governo de Roma. Outros acham que ele acompanhou a passagem de República para Império.

O mestrando destaca os estudos de Fabiana Zuliani, pesquisadora também da FFLCH. Ela acredita que Estrabão tem duas noções de espaço e tempo em suas obras: o que corresponde à Península Itálica e da Grécia, tratando do passado – destaca feitos e realizações –, e o outro que compreende todas as regiões conquistadas pelos romanos, com menção ao presente – já que aborda as mudanças e as transformações benéficas aos romanos.

Em sua pesquisa “Estrabão e o Império Romano: o mundo bárbaro em transformação”, Silva aceita a hipótese de que Estrabão viveu no período de governo de Augusto e Tibério e adota a análise do período que corresponde à chegada dos romanos à Península Ibérica (218 a. C), de modo a entender sua integração e consolidação, seus motivos e consequências.

Ao escolher essa região, e estudando o livro 3e 4dentre os 17 do autor, o pesquisador da FFLCH busca entender o chamado processo de romanizaçãona Península Ibérica (livro 3) e na Gália (livro 4)– próximo de civilizar aos moldes romanos – e seu uso indiscriminado, sem o questionamento sobre a assimilação de poder, da economia, da política e da cultura romana pela população local.

Silva propõe, então, um padrão para construção dos dois livros: Estrabão confronta termos e os hierarquiza, de forma a considerar o presente romano bom em relação ao período anterior a invasão da Península Ibérica, mas também a criticar a expansão do Império Romano nessa área. Por meio de diferenciar os vários povos que habitavam essa região, o escritor grego consegue explicar a maior ou menor facilidade na assimilação dos costumes romanos.

Esse foi o tema da palestra que aconteceu no começo de novembro na FFLCH, dentro do ciclo MareNostrum, do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano - Mediterrâneo Antigo (Departamento de História), com o objetivo de demonstrar um pouco sobre a futura tese a ser defendida.

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