ISSN 2359-5191

04/11/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 92 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Odontologia recruta voluntários com bruxismo
Para pesquisadores, o hábito de contrair os dentes é mais comum do que se imagina

O Projeto Bruxismo, da Faculdade de Odontologia (FO), precisa de voluntários bruxômanos para desenvolver análises acerca do melhor tratamento inicial para o distúrbio.

O bruxismo é um hábito executado sem uma função específica natural do ser humano, assim como falar e deglutir. Traduz-se no ranger ou no apertar dentário, mais comuns à noite, o que provoca modificações nas estruturas de suporte dos dentes, causando desgaste, problemas na articulação e dor muscular. O refluxo e alguns hábitos alimentares, por si só, já causam desgaste dentais, mas o bruxismo é um intensificador em potencial.  Pode levar ao desequilíbrio de toda uma articulação.

Os dentes têm alguns movimentos que são precisos e específicos. Quando se tocam os dentes frontais de cima com os de baixo, vê-se que os do fundo não se relam, o que também acontece quando se tocam os dentes superiores e inferiores de um só lado da boca e os do lado oposto permanecem sem se encostar. “As lesões deste hábito são ocasionadas similarmente às do hábito de pisar errado”, explica o professor Glauco Fioranelli Vieira, coordenador do projeto. O esforço proporcionado pelo apertamento pode causar uma série de prejuízos, como dor de cabeça, dor na coluna cervical, fratura de dente etc, e o desgaste é diretamente proporcional à manifestação desses transtornos.

O ponto é que o bruxismo é natural, é também tido como uma forma involuntária de descarregar as tensões e os estresses cotidianos. Suas causas normalmente são ligadas a fatores psicológicos. Assim, como é algo com o qual se tem de conviver, a saída é procurar medidas que minimizem seus efeitos. Foi aí que surgiu o projeto, que busca estudar a melhor maneira de se iniciar um tratamento de bruxismo - se deve começar sendo feito por meio da fisioterapia ou da odontologia. Para complementar o grupo estão Cinthia Miotto de Amorim, fisioterapeuta, e Eliete Firsoff, cirurgiã dentista. Assim, para testar a eficácia inicial dos dois métodos juntos, já conhecidos e consagrados isoladamente, serão aplicados dois tipos de intervenções fisioterápicas, uma composta por exercícios de alongamento muscular e massagem, e outra por terapia de relaxamento e imaginação, e o tratamento odontológico. Por meio das atividades, a fisioterapia objetiva atuar aliviando os sintomas do paciente relacionados aos aspectos psicossociais, como ansiedade, estresse e depressão. A odontologia, por sua vez, pretende devolver os movimentos naturais da mandíbula por meio da devolução da estrutura dental perdida.

O grupo está em fase de seleção de candidatos, que devem, além de ser bruxômanos entre 18 e 60 anos de idade, preencher alguns outros requisitos, como sentirem dores em regiões como o maxilar, o pescoço e o trapézio, e não terem desgastes dentais muito acentuados, nem mais de dois dentes faltantes (além dos “sisos”, os terceiro-molares). Depois de feita a triagem, os pacientes farão avaliações fisioterápicas e, e seguida, serão randomizados para uma das três formas de cuidado. Depois do tratamento, independentemente de qual seja, serão feitas uma avaliações que analisam a qualidade do sono, da saúde bucal, os níveis ansiedade, estresse e depressão, e também serão usados alguns aparelhos para detectar o limiar de sensibilidade dolorosa.

Os cadastros para triagem podem ser feitos pelo telefone (11) 4786-5844 ou pelo e-mail bruxismo.usp@gmail.com.

 

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