ISSN 2359-5191

04/11/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 92 - Saúde - Instituto de Ciências Biomédicas
Laboratório da USP no interior do Acre pesquisa doenças tropicais endêmicas na região
Foto: Arquivo ICB

O Instituto de Ciências Biomédicas da USP mantém um laboratório na cidade de Acrelândia-AC, em conjunto com a Universidade Federal do Acre (Ufac). Cientistas de diversas instituições utilizam a estrutura para pesquisar doenças tropicais, principalmente a malária, que é endêmica na região. Além disso, os pesquisadores prestam serviços à comunidade local, que incluem projetos educativos, exames simples e mutirões de saúde.

O laboratório de campo existe desde 2004 e está localizado dentro do hospital da cidade. Ele possui equipamentos para processamento de amostras coletadas em campo e realização de exames. Além do laboratório, a equipe conta também com uma casa e dois jipes para transportá-los pela região. Atualmente, os pesquisadores da USP atuam principalmente junto à população do assentamento rural de Ramal do Remansinho e também com habitantes da zona rural de Acrelândia.

A base oferece estágios de pesquisa a dezenas de pesquisadores e de estudantes de graduação e de pós-graduação de diversas universidades do Brasil e do exterior. As equipes costumam ficar cerca de quinze dias na região, sempre acompanhadas de professores. Já utilizaram o laboratório nutricionistas, médicos, biólogos, biomédicos e até mesmo fotógrafos. A relação dos pesquisadores com a população local é bastante próxima. As equipes buscam incluir projetos educativos durante suas visitas como aulas de higiene bucal, prevenção de doenças, fotografia.

“Embora o atendimento à comunidade não seja o objetivo do projeto, que é de natureza acadêmica, ele acaba sendo um aspecto importante para nós por conta da carência da população”, conta Marcelo Urbano Ferreira, professor titular de Parasitologia do Instituto de Ciência Biomédicas (ICB) e responsável pelo laboratório de campo de Acrelândia.

“Quando visitamos os moradores, realizamos procedimentos simples, como medir a glicemia e verificar a pressão arterial. Pode parecer básico, mas em muitas ocasiões, as pessoas relatam nunca terem feito nenhum tipo de exame na vida”, acrescenta Pablo Secato Fontoura, doutorando do ICB.

Os estudos da malária promovidos no laboratório dividem-se em três áreas: imunidade, genética de populações e epidemiologia. Pablo Fontoura foca seu estudo nessa última área. Ele está há dez meses na região e desenvolve pesquisa sobre estratégias de controle da doença. Para isso, Pablo visita a residência de cada indivíduo com diagnóstico de malária no município de Acrelândia. Esse trabalho o ajuda a investigar como a doença se propaga entre familiares e vizinhos. No entanto, a dificuldade de chegar às residências dificulta o estudo:

“As estradas são de terra e estão em más condições. Em janeiro chovia todos os dias, já perdi a contas de quantas vezes ficamos atolados com o carro nos ramais. Por sorte sempre tinha alguém para nos ajudar”, conta Pablo.

Apesar das dificuldades, os pesquisadores ressaltam a importância do trabalho de campo para a pesquisa da doença: “No Brasil, 99,9% dos casos de malária são registrados na região amazônica. Aqui conseguimos ver muito além dos livros sobre a malária. É uma experiência para toda a vida.”

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