ISSN 2359-5191

12/02/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 126 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Matemática e Estatística
E-science quebra paradigma na pesquisa científica

A maior presença da computação e da utilização de base de dados em pesquisas científicas pode significar um novo modo de se fazer ciência. Segundo pós-doutorando Daniel de Angelis Cordeiro, do Instituto de Matemática e Estatística, a computação tem deixado de ser o apoio para outras pesquisas para se tornar alvo de própria pesquisa científica.

A criação de tecnologias e ferramentas mais potentes e qualificadas para a captação de dados tem sido tão eficiente e se mostra necessário criar novos meios de análise e correlação para que seja possível tirar novas informações. Muitos projetos de pesquisa sendo feitos esse ano no IME estão inseridos nesse contexto, como a análise de imagens feita pela professora Nina Hirata e os projetos do Centro de Competência em Software Livre, como o Arquigrafia e o CHOReOS.

Daniel Cordeiro diz que, segundo Jim Gray, cientista estadunidense da computação, o processo de pesquisa científica passou por quatro paradigmas durante a história que ditaram o modo de se fazer ciência. O primeiro foi quando há milhões de anos a ciência era empírica; o segundo foi quando a ciência se tornou teórica e os primeiros modelos matemáticos surgiram para descrever o que se via nos modelos empíricos;  o terceiro estaria ligado a validação de modelos através de simulações; o quarto paradigma, que é o que estamos vivendo hoje é o a exploração de dados.

Esse paradigma seria uma forma de unir a teoria, simulação e experimentação. "Esse é um paradigma diferente porque pela primeira vez a gente consegue representar experimentos como uma sequência codificada em bytes.", explica Daniel. "Essas informações estão armazenadas em computador mas a extração de conhecimento delas é uma etapa seguinte."

Pela dificuldade de se lidar com tanta informação, diferentes áreas tem precisado se aproximar da computação. Ainda esse ano, o Núcleo de Apoio à Pesquisa, Numec, coordenado pelo professor, organizou seminários para estudantes de biologia com o intuito de dar noções de neuromatemática e estatística para serem utilizadas em pesquisa. Também neste ano várias ferramentas de análises de dados têm sido criadas ou sofreram um processo de inserção de interface amigável para pessoas fora da área da computação, como o software Pato, criado este ano no projeto de mestrado de Liliane Santana, que faz análise de sequência de genes.

Daniel ainda brinca que todo cientista hoje é um pouco cientista da computação e isso parece ser realmente um forte paradigma para os próximos anos da pesquisa científica.

 

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