ISSN 2359-5191

29/05/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 15 - Sociedade - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Programa Minha Casa, Minha Vida não viabiliza moradia de qualidade
A conclusão foi tirada da análise dos empreendimentos por um grupo de estudos da FAU-USP
Empreendimentos do Minha Casa Minha Vida são considerados insuficientes

A conclusão da primeira fase de um grupo de estudos da inserção urbana dos empreendimentos de moradia inclusos no programa “Minha Casa, Minha Vida” foi que a moradia de qualidade não foi viabilizada até o momento atual de sua implementação e que existem diversos problemas estruturais a serem repensados pelos gestores públicos do programa.

Com o nome Ferramentas para avaliação da inserção urbana dos empreendimentos do MCMV, o estudo é coordenado pela professora Raquel Rolnik, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU) e tem como norte, a elaboração de ferramentas que possam trazer melhorias concretas às moradias oferecidas.

A divisão do projeto em duas fases teve como objetivo separar o período de observação, do período de elaboração de um plano prático de mudanças. Na primeira parte foram feitas análises a partir de uma metodologia padronizada, levando em conta a localização, transporte, pesquisas de opinião com os moradores e visitas de campo focadas no leitura do design arquitetônico dos empreendimentos e seu diálogo com as construções em seu entorno. Já na segunda parte, que ainda está em andamento, a meta é transformar essa coleta de dados em um instrumento que possa ser aplicado na promoção de uma inserção real dos moradores na urbanidade.

De acordo com Vitor Coelho, membro do grupo que encaminha o projeto, o objetivo central dos pesquisadores é qualificar os empreendimentos da chamada “Faixa 1”, a mais precarizada das 3 faixas do programa. A partir daí são esperados dados para que de fato seja possível dizer se o Minha Casa Minha Vida alcançou seus objetivos e metas, ou se é necessário criar novos equipamentos públicos para que estes sejam alcançados. “Em termos práticos o estudo é uma ferramenta para orientar o gestor público quanto às demandas de melhoria nos projetos habitacionais.” afirmou Vitor.

As visitas a campo foram feitas em seis empreendimentos de quatro municípios distintos, São Paulo, Campinas, Hortolândia e Osasco. Cada local trazia características próprias, o que enriqueceu a gama de fatores a serem analisados. Por exemplo em São Paulo eles foram implementados em terrenos remanescentes da Cohab, com uma malha de serviços e transportes já existente, enquanto em Campinas, a implementação se deu em áreas na franja da mancha urbana, o que causou um maior distanciamento entre as residencias e a vida ativa da cidade.

Ao fim da coleta de dados feita desde o ano passado, constatou-se que, em geral, o programa não conseguiu viabilizar moradia com os padrões de qualidade esperado, nos lugares em que se propôs. Mas ao mesmo tempo a população usuária do programa considera que com sua implantação obtiveram uma melhora no nível de vida. De acordo com Vitor, “Independentemente da avaliação negativa que os moradores façam nos diversos aspectos perguntados, a maioria se considera satisfeita, a principal razão disto é o fato de a casa ser própria.”

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