ISSN 2359-5191

29/10/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 103 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Chocolate com gelatina de frango proporciona diminuição de calorias
Invenção da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP substitui parte da gordura do doce por gelatina extraída de pés de frango

Acordar de manhã, com fome, e comer um pão com creme de chocolate. Complicado começar o dia ingerindo tantas calorias assim de uma vez - apesar de muitas pessoas terem este hábito. O pão tem o amido que, depois, se transforma em glicose; o chocolate, além de ter açúcar, também possui uma quantidade enorme de gordura. Como muitas pessoas enfrentam uma rotina corrida, é difícil conseguir fazer uma primeira refeição do dia com alimentos saudáveis. Mas pesquisa desenvolvida na Faculdade de Ciências Farmacêuticas fará com que os gulosos da manhã comam o pão com o creme doce com menos culpa. Poliana Fernandes, sob orientação de Suzana Lannes, criou um spread de chocolate especial: ela retirou a gordura da pasta e, no lugar dela, colocou gelatina de frango.

Poliana pegou pés de frango, que normalmente são descartados ou enviados a centros de produção de ração, e extraiu dos tendões deles uma gelatina. Na sequência, a tecnóloga retirou entre 15 e 100% da gordura do creme de chocolate convencional (que foi produzido em laboratório) e, no lugar, inseriu diferentes concentrações dessa gelatina. Foram feitos vários experimentos (substituição de 15%, 25%, 50%, 75% e 100%). As responsáveis pela pesquisa notaram não houve variação no sabor do spread, apenas uma mudança na consistência do creme e na facilidade com que ele se espalha pela superfície do pão.

Como o experimento consistia na diminuição da quantidade de gordura do spread, ele acabou ficando muito mais leve. Além disso, por possuir muita proteína, a gelatina transportou este nutriente para o doce. Resultado: o creme é menos nocivo para a nossa saúde e mais saudável. Poliana Fernandes também disse que 25g da pasta de chocolate com 100% de substituição de gordura por gelatina tem a mesma quantidade de calorias que uma barrinha de cereais light.

Com o intuito de verificar a possibilidade do proposto spread  ir para as prateleiras dos supermercados, Poliana também realizou testes de durabilidade pra verificar quanto tempo o doce durava exposto à temperatura ambiente e dentro da geladeira. Em alguns experimentos o creme chegou a durar até seis meses fora da geladeira. “Esse resultado é muito interessante, porque prova que o produto que desenvolvemos poderá ser comercializado sem nenhum tipo de problema”, comentou Poliana.

Os benefícios desta invenção estão claros e são inegáveis, mas é fundamental saber também se o doce desenvolvido por Poliana Fernandes tem um sabor agradável. No mês de novembro será realizada uma experiência sensorial com a comunidade USP. Todos que passarem pelo teste receberão uma ficha pra falar sobre impressões, sensações… Alguns frequentadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas já provaram o spread sem compromisso, e disseram que o gosto é semelhante ao de um creme comum, segundo o relato da pesquisadora responsável pela sobremesa inovadora.

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