por Daniel Fassa
fotos por Cecília Bastos e Francisco Emolo

 

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© Cecília Bastos
Edson Garcia Soares, professor da FMRP e diretor do SVOI, observa que nem todas as cidades têm a infra-estrutura necessária para prestar o serviço de verificação de óbitos


Dos cerca de 13 mil corpos que passam pelo SVOC todos os anos, apenas uma parcela ínfima pode ser retida para estudos acadêmicos. Isso acontece porque a maioria deles tem que ser devolvida aos seus familiares, que ficam apenas esperando o diagnóstico para poder sepultá-los. O encarregado do setor de recepção do SVO, Mário Lúcio Romão, conta como é o contato com essas famílias: “Geralmente as pessoas chegam nervosas, transtornadas. A família quer que libere logo, não quer que faça autópsia”. Jonivaldo Pereira de Araújo, que ocupa a mesma função, explica como procura lidar com essa situação delicada. “Tem que ir contornando, porque eles já vêm de um hospital, o que é muito desgastante. Nós orientamos, dizemos que tem que esperar a documentação, esperar o médico fazer a autópsia”, afirma.

Entretanto, no decorrer do procedimento normal de necropsia, as chamadas ligas médicas de estudantes têm a oportunidade de fazer estudos anatômicos mais aprofundados, sem prejudicar a liberação dos atestados de óbitos. Além disso, o desenvolvimento de pesquisas não depende tanto da retenção dos corpos. Basta o estudo de órgãos específicos, que podem ser obtidos com maior facilidade. Entenda as diferentes necessidades do ensino e da pesquisa e conheça os trâmites necessários para a retenção dos corpos não-reclamados lendo a matéria “Abandonados à porta da ciência”.

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