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A armadilha chamada analfabetismo |
O
analfabetismo, que atinge 15 milhões de brasileiros e ameaça
outros 60 milhões de iletrados, é uma “armadilha” para
o Brasil e precisa ser detido através da expansão
dos livros e da promoção do prazer de ler. Esse foi
o alerta dado pelo 16o Congresso de Leitura do Brasil (Cole), realizado
de 10 a 13 de julho na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Ajuntar
as reflexões em torno da leitura possibilita a antevisão
de brechas para sairmos dessa situação vergonhosa”,
disse o professor Ezequiel Theodoro da Silva, presidente da Associação
de Leitura do Brasil. O congresso teve a participação
do poeta Ferreira Gullar – autor de No mundo há muitas
armadilhas, poema que serviu como tema do evento – e do escritor
moçambicano Mia Couto. Autor de O último vôo
do flamingo, Mia Couto propôs “quebrar as muitas armadilhas
que há dentro de nós”, entre elas a hegemonia
absoluta da escrita. “Existe uma idéia de que a sabedoria
mora no universo da escrita, e isso transmite um certo olhar arrogante
para o universo da oralidade, como se fosse uma coisa menor”,
disse o escritor. “O desafio é ensinar a escrita a
dialogar com o mundo da oralidade.” Outra “armadilha” citada
por Mia Couto é a da realidade: “Esse conceito é uma
espécie de grande fiscalizador e controlador do nosso pensamento.
Ensinar a ler é sempre um apelo para vermos para além
daquilo que é imediato”. Houve ainda homenagens ao
bibliófilo José Mindlin. “O vírus da
leitura nos faz sentir bem. Quem é inoculado com ele vai
gostar de ler pelo resto da vida. Temos que fazer o esforço
de inoculação desse vírus”, disse Mindlin. Nacional |
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Bondes, criadores
de cultura e cidadania |
O
que seria da literatura brasileira sem os bondes? Os autores dos
romances urbanos do final do século 19 e início do
20 devem muito à condição essencial de observar
as ruas e as pessoas de um ponto elevado, movediço e multimídia
como o bonde. Foi a partir dele que Oswald de Andrade, Menotti Del
Picchia, Mário de Andrade e Alcântara Machado viram,
interpretaram e recriaram o dia-a-dia paulistano. É o que
afirma o jornalista e escritor Fernando Portela em seu novo livro,
Bonde – Saudoso paulistano. Nele, a história do bonde é ilustrada
por 180 fotografias, muitas delas assinadas por nomes como Claude
Lévy-Strauss, Guilherme Gaensly e Militão de Azevedo.
Para Portela, a introdução do bonde está ligada à formação
da autoconsciência social do paulistano. “Sentados na
engenhoca, iríamos, finalmente, conhecer nosso próprio
mundo, vê-lo de cima, admirá-lo ou lamentá-lo.
E assim, sem perceber direito a transcendência do fato, começávamos
a virar cidadãos, exatamente naquele momento.” Especial |
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A era da
bioeletricidade |
“As perspectivas para a bioeletricidade no
curto prazo são tão boas que às vezes é difícil
convencer as pessoas de que isso é real”, afirmou
o professor Maurício Tolmasquim, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, em evento realizado em São Paulo, referindo-se à promissora
fonte de energia elétrica co-gerada a partir da biomassa.
No longo prazo, as perspectivas de crescimento da bioeletricidade
são ainda melhores, afirma Tolmasquim. O físico José Goldemberg,
ex-reitor da USP e ex-secretário estadual do Meio Ambiente,
confirma: “O uso de tecnologias mais adequadas, no futuro,
permitirá um aproveitamento melhor do bagaço da cana-de-açúcar
para a produção de quantidades maiores de bioeletricidade,
o que torna os projetos de geração distribuída
muito mais viáveis do que os grandes projetos energéticos
que o governo quer aprovar”. Só com as novas usinas
sucroalcooleiras projetadas para iniciar suas atividades até 2015,
haverá um acréscimo da oferta de bioeletricidade
em torno de 5 mil MWh/ano. “Isso equivale a cinco reatores
nucleares iguais aos de Angra”, diz Goldemberg. Para o diretor-presidente
da Light, empresa que fornece eletricidade para 31 municípios
do Rio de Janeiro, o Brasil atravessa uma mudança de paradigma
na geração de energia, com a presença cada
vez maior do bagaço na indústria sucroalcooleira. Nacional |
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Na rede, para os uspianos |
Pinturas, desenhos, tapeçarias e esculturas
do Museu do Palácio de Versalhes, na França, estão
em cartaz na Pinacoteca do Estado, que apresenta a mostra “Imagens
do Soberano”. A exposição retrata a sofisticação
dos soberanos franceses do século 18 – Luís
XIV, Luís XV e Luís XVI – através da
obra dos maiores nomes da arte européia da época,
como François Hubert Drouais e Charles Le Brun. “Versalhes
impõe-se como preservador da imagem do soberano. Do pequeno
castelo de caça construído por Luís XIII,
Luís XIV fez um palácio soberbo”, conta o historiador
Xavier Salmon, curador da mostra. “Conquistou a admiração
pelo modo com que o rei desenvolveu e protegeu as artes, arrasou
montanhas, desviou ou conduziu rios por longos canais a fim de
embelezar a natureza ou suplantá-la.” Cultura |
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