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Trabalho de pesquisadora do NEREUS é agraciado com Prêmio Paulo Haddad

Ensino superior acessível pode desenvolver regiões mais afastadas

Em cidades pequenas, é comum que os jovens migrem para outros locais em busca de formação superior de qualidade. Na última década, entretanto, ocorreu uma expansão significativa do número de matrículas em cursos de nível superior, que saltou de 2,7 milhões em 2000 para 5,4 milhões em 2010. Esse crescimento foi acompanhado de um aumento no número de instituições de ensino e de cursos. “Com isso, muitos municípios e as regiões em seu entorno passaram a contar com uma oferta de vagas em cursos de nível superior que antes não existia”, comenta Ana Maria Bonomi Barufi, pesquisadora do Nereus (Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP) e autora do artigo sobre o tema que recebeu o Prêmio Paulo Haddad, da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos.

A possibilidade de permanecer em um determinado local para prosseguir os estudos ou a presença de uma nova universidade atrair jovens de outros lugares para estudar ali, gera perspectivas positivas de desenvolvimento regional. Ana aponta que isso acontece, pois tais municípios passam a contar com maior oferta de mão de obra qualificada e podem atrair empresas que antes não se fixariam no local. De acordo com a pesquisa, que ainda está em andamento, a abertura dessas vagas de ensino superior parece ter uma associação positiva com o saldo líquido migratório de jovens, número de estudantes que são atraídos para um determinado município que teve aumento na oferta de vagas, ou que simplesmente deixou de perder parte daqueles que saíam do município em busca de estudo.

O artigo foi escrito por Ana, que também é orientanda de doutorado do professor Eduardo Haddad, para apresentação no X ENABER (Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos). Desta forma, apesar de importante, essa é apenas uma parte da linha de pesquisa que ela pretende explorar. Ela conta que o foco agora será a utilização de diferentes técnicas para buscar identificar o impacto da abertura de vagas em cursos superiores e na migração de jovens. “Considero que ainda é possível avançar mais nesta pesquisa e este é um dos projetos que pretendo trabalhar nos próximos meses”, conta Ana, que complementa a respeito do prêmio que recebeu: “Sinto-me muito honrada em receber tal prêmio, em especial por ele estar associado ao ex-Ministro da Fazenda Paulo Roberto Haddad, que foi um dos fundadores do CEDEPLAR/UFMG (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional de Minas Gerais) e é um ícone na área de Economia Regional no Brasil”

Sobre estudos na área de educação no Brasil, a doutoranda acredita que as bases de dados detalhadas que são disponibilizadas pelo INEP/MEC e por instituições associadas, têm ajudado no crescimento deste campo de pesquisa. Além disso, ela conta que apesar de grande parte das pesquisas buscarem avaliar diferenciais de desempenho dos alunos em função de suas características socioeconômicas e das escolas nas quais estudam, também existem muitos trabalhos que, como o seu, buscam estabelecer a relação entre a educação e o desenvolvimento regional.

Fonte: Talita Nascimento e Guilherme Speranzini (05/04/2013), FEA USP Online.


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