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Clima e Conhecimento no Prêmio Nobel de Economia de 2018

Foram anunciados os vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2018. O Prêmio ficou dividido entre William Nordhaus, professor da Yale University, e Paul Romer, professor da New York University. Ambos expandiram o estudo do desenvolvimento e crescimento econômico em duas dimensões de grande importância para a economia moderna.

Nordhaus foi pioneiro em integrar mudanças climáticas ao estudo do crescimento econômico em economias de mercado. A preocupação em integrar fenômenos físicos e socioeconômicos é o foco de vários estudos científicos. A contribuição de Nordhaus está na forma relativamente simples com que ele fez essa integração, nos ajudando a compreender fatores fundamentais do desenvolvimento econômico relacionados ao meio ambiente. Da sua análise surgem questões relevantes como o quanto investir, ao longo do tempo, na mitigação das mudanças climáticas, levando em consideração o bem-estar social sustentado no longo prazo. Sua pesquisa também traz à tona a importância de ponderarmos ganhos e perdas futuras na medida que tomamos decisões sobre proteção ambiental no presente.

Romer foi pioneiro em incorporar o conhecimento e as mudanças tecnológicas como fatores no crescimento econômico em economias de mercado. Ele destaca o impacto do conhecimento gerado no presente na redução do custo de inovações no futuro. Dessa forma, o acúmulo de conhecimento promove o crescimento econômico que se retroalimenta ao longo do tempo, gerando o que economistas denominam crescimento endógeno. Vale destacar que a contribuição fundamental de Paul Romer foi fruto de sua tese de doutorado supervisionada pelo professor brasileiro José Scheinkman (Columbia University) juntamente com Robert Lucas (University of Chicago), outro ganhador do prêmio Nobel de economia.

Tanto Nordhaus como Romer estudam determinantes do desenvolvimento econômico sujeitos ao que economistas chamam de “falhas de mercado”, quando as ações dos produtores não se alinham com ações que otimizam os benefícios para a sociedade.

No caso de mudanças climáticas, produtores geram poluição que acaba por reduzir o potencial de produção de outros produtores no espaço e no tempo. Dessa forma, o ótimo social requer menos produção e poluição.

No caso do conhecimento, pesquisa e desenvolvimento no presente acabam por aumentar o potencial de inovações adicionais no espaço e no tempo. Dessa forma, o ótimo social requer mais geração de conhecimento.

O mercado falha na medida que poluidores e produtores de pesquisa e desenvolvimento tendem a focar apenas nos seus ganhos privados e não considerar os impactos adicionais que eles geram para a sociedade (“externalidades” no jargão econômico). Esse descompasso, por sua vez, abre espaço para o desenho de políticas públicas que tentam conciliar as escolhas dos produtores com as escolhas ótimas que geram o maior bem-estar para a sociedade.

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