Embora a obra de Rosa dedique um espaço importante ao problema amoroso e erótico, não são muitos os estudos dedicados ao romance breve Dão-Lalalão, onde as personagens Soropita e Doralda vivem e experimentam um amor carnal, perfeito, esponsal, que lhes permite alcançar a perfeição do desejo. Rosa reescreve o desejo, não como obstáculo ou limite à perfeição da alma, nem como separação maniquéa entre o corpo impuro e o espírito afastado do corpo, mas como saudade última de bem, de satisfação, de radicalização da realidade.
A história de Maria Mutema concentra e configura, através da reescrita de um exemplum medieval, todo o desenvolvimento da história contada por Riobaldo no Grande Sertão: Veredas. Trata-se de um episódio em que a ética do perdão se abre a reflexões filosóficas atuais.