This study shows the results of a wide but non-exhaustive review on plants cited in the literacy work of the writer-naturalist João Guimarães Rosa (J.G. Rosa). Information about popular names and use of plants were recovered through a review in seven works of the author. The assignment of the scientific names was based in other previous ethnobotanical studies performed in similar areas of Cerrado in Minas Gerais state. For each species, data about their presence in the Brazilian Official Pharmacopoeia, or use for preparing commercial products were checked. A total of 964 popular names for plants were recovered, 59 of them being more frequently cited. From the total citations, 57 native species have their use described by the author but curiously, only thirteen are referred to as medicinal. It is assumed that the literature from J.G. Rosa is very rich in data about the utility of the plants from the Cerrado; however, the present work shows that his interest was rather the literary (poetic) creation, and we demystify that supposition.
Os jogos criativos presentes no conto "A terceira margem do rio" de Guimarães Rosa e no romance A jangada de pedra de José Saramago são analisados, à luz de conceitos da ecologia cultural e do que preconiza o crítico brasileiro Benjamin Abdala Júnior, para o comparatismo da solidariedade no âmbito das literaturas de língua portuguesa.
A partir de recortes das obras Tratado descriptivo do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa; Terra sonâmbula, de Mia Couto e "Cara-de-Bronze", de Guimarães Rosa, põe-se em prática o mapeamento de territórios que se situam para além daqueles cartografados pela literatura do exílio, tal como sugere Edward Said em seu ensaio reflexões sobre o exílio.
ESTE ARTIGO É UM ESTUDO COMPARADO DO CONTO “UMA ESTÓRIA DE AMOR (FESTA DE MANUELZÃO)”, DE GUIMARÃES ROSA E O ROMANCE O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO, DE MIA COUTO, CENTRADO NA RELAÇÃO HOMEM E MEIO AMBIENTE.
A crise ambiental é a crise de nosso tempo reconhece Enrique Leff, para quem a construção de um saber ambiental deve estar centrada no pensamento e no ser, no encontro de racionalidades e identidades, na abertura do saber à diversidade, no questionamento da historicidade da verdade, na utopia e na articulação das ciências com as diferentes significações culturais designadas à natureza. Diante desse propósito, a literatura se apresenta como instrumento para se pensar a complexidade ambiental. Nas fronteiras fluídas do ético e do estético, do espaço privado e do público, da arte e das ciências, do ficcional e do real, o texto literário evidencia a relação da sociedade com seu meio ambiente. É o que se constata na produção literária de João Guimarães Rosa, escritor mineiro, para o qual escrever sobre a natureza tem o sentido de missão, de vocação superior (virtude atribuída por Antonio Candido aos poetas). Sendo um autor que tinha consciência das grandes responsabilidades que um escritor assume, através da imaginação, do resgate da história, da pesquisa e da indagação, Rosa encontra na natureza do sertão a inspiração que vai permitir fluir em sua obra as leis da natureza e dos homens, o saber popular e o erudito, o mitopoético e o prático, o passado e o presente, a ciência e a arte. Uma complexidade que emerge como resposta da própria natureza frente à sua degradação. Dentro dessa perspectiva, propomos percorrer o itinerário de Guimarães Rosa em seu trabalho missionário de intérprete da natureza e de reler seu discurso à luz do pensamento de Leff sobre a complexidade ambiental. Nesse trajeto se delineiam os traços do poeta que apreende, compreende e internaliza as questões ambientais e se reconhece a sua obra, como precursora do discurso ambientalista e referência literária para a construção dos pilares da nova racionalidade ambiental.