O objetivo da pesquisa Meninos eu li!: leitores de Sagarana escrevem a Guimarães Rosa, cujo corpus são oitenta e cinco cartas sobre a recepção do livro de estreia do escritor, Sagarana, publicado em abril de 1946, e arquivadas no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, é discutir a leitura desses primeiros leitores na contra-luz das críticas recebidas pelo livro. Para tanto, procedeu-se aos seguintes passos: 1)- Identificação dos principais tópicos de cada carta. 2)- Identificação dos paradigmas de leitura – autores, obras, elementos de crítica literária – mencionados pelos missivistas. 3)- Discussão das críticas recebidas pelo livro a fim de mensurar seu peso como horizonte da comunidade de leitores constituída pelos missivistas. Num segundo momento recortou-se a correspondência pelo viés identitário distribuindo-a da seguinte maneira: remetentes desconhecidos e remetentes mulheres, com objetivo de identificar semelhanças e diferenças no modo de ler de diferentes leitores. Com pressupostos teóricos da Estética da Recepção, da História da Leitura e do Discurso Epistolar, a pesquisa chegou às seguintes conclusões: 1- a importância da crítica literária como mediadora da leitura; 2- a legitimação da identidade brasileira através da literatura; 3- a forte presença de escritores pré-modernistas como paradigmas de leitura tanto da crítica quanto dos missivistas; 4- o crescimento e amadurecimento do mercado cultural brasileiro; 5- a importância nesse mercado tanto do Estado quanto das práticas informais; 6 - o longo tempo de maturação e concretização de projetos, anunciados nas cartas, de expansão da circulação de Sagarana.
Esta dissertação discute a linguagem poética de cinco cartas selecionadas que os escritores João Guimarães Rosa e Cecília Meireles escreveram para suas filhas nos anos 1940, quando estas eram crianças, ou entravam nos primeiros anos da adolescência. Reflete acerca do sucesso editorial da “escrita de si”. Apresenta conceitos sobre epistolografia e sua importância para os estudos literários, bem como discussões acerca do estatuto literário da carta. Questiona o peso dessas dez cartas selecionadas para os estudos literários, relacionando-as aos diferentes pontos de vista relatados anteriormente por diversos críticos e teóricos. Analisa a linguagem poética das dez cartas selecionadas relacionando-as à obra dos dois escritores. Conclui identificando lacunas na bibliografia sobre epistolografia, especialmente naquela endereçada ou produzida para crianças.
Este ensaio discute a circulação de Sagarana, livro de estreia de Guimarães Rosa lançado em 4 de abril de 1946. Para tal, analisa cinco cartas endereçadas ao escritor nos anos de 1946 (3 cartas), 1951 (uma carta), 1953 (duas cartas), 1954 (uma carta) 1967 (uma carta). Os pressupostos teóricos que orientam a pesquisa são o discurso epistolar e a estética da recepção.
Este ensaio discute três cartas de leitores que foram enviadas a Guimarães Rosa em maio e junho 1946, relatando-lhe suas impressões de leitura acerca de seu livro de estreia, Sagarana, publicado em abril do mesmo ano. A análise dessas cartas mostrou que a leitura de Sagarana foi fortemente marcada pelo viés identitário, o que por hipótese poderia ser atribuído à maneira pela qual esses leitores interpretavam o papel da literatura, relacionando-a ao contexto sócio histórico da época. Os pressupostos teóricos que balizam esse estudo são o discurso epistolar – subgênero carta de leitores a escritores –, as teorias literárias que tratam sobre a identidade e a estética da recepção. A análise comparativa dessas três cartas, relacionando-as à construção da identidade brasileira e ao peso da literatura na construção dessa identidade, aponta em um primeiro momento para duas conclusões. A primeira parece indicar que o forte viés identitário dessas leituras reflete o horizonte de expectativa dos
Este ensaio discute quatro cartas de leitores –arquivadas no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP) - que comentam impressões de leitura sobre o livro de estreia de Guimarães Rosa, Sagarana, lançado em 4 de abril de 1946, e enviadas diretamente ao escritor. Duas cartas são originárias de Londres, 1º de julho e 16 de agosto de 1946, a terceira, do Rio de Janeiro, 14 de outubro de 1946 e a quarta, de Bruxelas, 28 de março de 1947. Com pressupostos teóricos da Estética da Recepção e do Discurso Epistolar, a análise das cartas lidas na contraluz da crítica literária publicada em periódicos do ano de 1946, mostra que a discussão acerca da dialética regionalismo/universalismo ultrapassa as fronteiras da crítica, projetando- se no contexto epistolar, o que em princípio permite três conclusões: a primeira aponta para a importância da crítica literária como mediadora da leitura, a segunda é o emergir de questões identitárias cuja discussão se esteia na dialética regionalismo/universalismo e a terceira é a legitimação da identidade brasileira através da literatura.