Este artigo tem como objeto a alegria em Tutameia: terceiras estórias. É a
simpatia de João Guimarães Rosa por ela que também está em causa nas reflexões
tão fundamentais sobre o humor do primeiro prefácio, “Aletria e hermenêutica”. O
humor pode ser pensado como meio de influir a alegria tutameica e, simultaneamente,
como uma das formas em que ela se manifesta. Sob o viés do autor mineiro, a alegria
é fruto de certa hermenêutica, de um exercício de interpretação da realidade,
compreendida, por sua vez, como visceralmente contraditória. Em eterna invenção no
interior do sujeito, a alegria é empreendimento, risco, proeza. Angústia-que-ri, dá
sinal de si sempre a partir de uma profunda consciência do absurdo.