O texto pretende compreender o processo de metamorfose sofrida pela personagem
Riobaldo na obra Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa a partir das ideias deleuzianas de
Corpo Sem Órgãos – Plano de Imanência, e dos conceitos de devir e multiplicidade. Deleuze
identifica os diversos devires ou os estados intensivos a processos de metamorfoses ou de
variação de multiplicidades. A cada vez ocorrem afetos que determinam no Corpo Sem Órgãos
um “eu” sempre em devir. Tornar-se diabólico, no caso de Riobaldo, significa, então, estar no
limiar da afetabilidade do diabo. Riobaldo adquire qualidades novas e novas relações de
movimento a partir do pacto com o diabo. É esse tornar-se diabólico, então, a metamorfose de
Riobaldo. A relação de Riobaldo com o diabo é uma dessas experimentações onde são
produzidos os atributos do Corpo Sem Órgãos. O pacto de Riobaldo é, então, um devirdiabólico.
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