A variedade formal e temática dos textos reunidos em Ave, Palavra manifesta a força criativa da experiência literária de Guimarães Rosa. Em sua tessitura o autor elabora contornos voltados para as possibilidades várias abstraídas da rebeldia que mana de sua escrita, impulsionando os fluxos poéticos para longe de qualquer enrijecimento oriundo de preceitos e regras avessas à liberdade imprescindível ao fenômeno da criação artística, haja vista que a poesia contemporânea estabelecida em Ave, Palavra evoca um equilíbrio expressivo forjado no deserto longínquo do pensamento, e sustentado por um movimento de desconstrução que repele o arquétipo composicional compactado pelo tempo. Esse trabalho propõe uma investigação acerca dos diálogos possíveis entre a revolucionária ação poética de Guimarães Rosa em Ave, Palavra e as concepções artísticas dos movimentos de vanguarda europeia.
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