O texto procura construir uma análise detalhada do amor em Grande sertão: veredas. Mais especificamente, foca-se na relação entre Riobaldo e Diadorim para argumentar que o amor entre os companheiros jagunços não compartilha da mesma natureza que os outros amores na obra. O amor compõe-se de modo a sustentar os movimentos erráticos do narrador, sendo, portanto, a principal força de atração da trama, ao mesmo tempo em que condiciona a visão sobre a violência no texto. O entendimento do amor na obra reteria, portanto, a chave para sua decifração formal ao mesmo tempo em que costuraria a imagem de uma utopia política a partir dos questionamentos que lança sobre o entrelaçamento entre desejo, moralidade e violência. Por fim, lança-se a tese de que o amor entre Riobaldo e Diadorim é o elemento que, comportando um regime da diferença bastante peculiar, colocaria a obra na contramão, bem como na vanguarda, do romance moderno.
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