O conto Famigerado, de João Guimarães Rosa, lido a partir da
teoria sociológica de Pierre Bourdieu, nos auxilia a demonstrar que a
linguagem é um instrumento de dominação e violência. Criticamos a leitura
do conto que defende a ideia de que o analfabetismo possa ser equivalente
ao encontro mais primitivo com a palavra. Insistimos na tese de que o poder
simbólico perpassa as relações de poder, constituindo-as e mantendo-as.
Concluímos sustentando a hipótese de que o conto pode ser lido como uma
alegoria do encontro entre a força física do jagunço e o poder simbólico
encarnado pelo médico, narrador do conto. Tal encontro explicita a
invisibilidade da violência simbólica, tornada visível, no entanto, através
literatura.
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