O presente trabalho busca examinar como o autor modernista brasileiro João Guimarães Rosa trabalhou a figura do estrangeiro em sua obra, possuindo como corpus de análise dois contos produzidos pelo escritor: “Orientação” e “O Cavalo que Bebia Cerveja”, em que há o desvelar do Outro, em que o revelar da alteridade se faz presente. Kristeva (1991), Todorov (1983) e Simmel (1971) tornam-se relevantes ao artigo, ao observarem o estrangeiro.
Sustentado pelo método hermenêutico triádico da estética da recepção, sobretudo baseado nos textos “A história da literatura como provocação à teoria literária” (1994), proposto por Hans Robert Jauss (1921-1997) vinculado à temática da Literatura Brasileira deste encontro, esta comunicação tem por objetivo analisar a temática da representação do estrangeiro em “O recado do morro” (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967), pertencente à coletânea Corpo de baile, especificamente da na figura de seo Alquiste ou seo Olquiste, um pesquisador e naturalista, que realiza uma excursão em torno do Morro da Garça (MG), juntamente com outras pessoas (o guia Pedro Orósio, Frei Sinfrão, o fazendeiro Seo Jujuca do Açude e Ivo Crônico), com intuito de explorar o sertão. Viagem esta guiada por Pedro Orósio, moço, com estatura alta, que viajava com os pés descalços, de passadas muito extensas e ligeiras, tão forçoso, de corpo nunca se cansava, namorador, e conhecedor da região, um exemplo nato da perso
O presente trabalho analisa os contos Orientação, de Guimarães Rosa, e Um oriental na
vastidão, de Milton Hatoum. Esses textos são compreendidos como lugares onde aparecem
cartografados os encontros interculturais entre personagens chinesas, japonesas e brasileiras no
sertão mineiro e na floresta amazônica em projetados em escala global do imaginário
contemporâneo. Zona de passagem intricada, as vozes heterogêneas do texto rosiano e
hatouniano equilibram-se na desterritorialização do imaginário híbrido, imprimindo o ritmo da
travessia para o outro lado de si, além do deslocamento pela atmosfera das latências do outro,
reposicionada na constelação das mobilidades transmigrantes.