Na extensa correspondência que trocou com os seus tradutores, Guimarães Rosa não só responde minuciosamente às questões que lhe eram colocadas – muitas vezes de caráter referencial em razão da enorme abundância de nomes de plantas, animais e expressões regionais presentes em seus livros –, como, indo muito além delas, acaba desvendando algumas das particularidades de sua poética. Neste artigo, apresentamos algumas passagens desse diálogo.
Estudo da correspondência de João Guimarães Rosa com os tradutores Edoardo Bizzarri, Curt Meyer-Clason e Harriet de Onís. Observase a importância da correspondência para o trabalho da tradução, no sentido de resolver determinados impasses suscitados pela originalidade do material lingüístico a ser traduzido, e para a compreensão do processo criador. Explicita-se como, para Guimarães Rosa, o diálogo epistolar ? o pacto de colaboração ? que se estabelece entre ele e os tradutores é uma oportunidade para a reflexão a posteriori de seu processo, é o momento propício para assumir os erros e para revelar sua ânsia de perfectibilidade.