Propomos a seguinte questão: “Será o Homem um ser de linguagem que só existiria a partir do momento em que conseguisse estabelecer uma comunicação com o Outro e com o Universo ao seu redor? No conto “A menina de lá”, que integra a obra “Primeiras Estórias”,nos deparamos com uma complexa personagem idealizada por João Guimarães Rosa. Trata-se da Nhinhinha – uma menina com menos de quatro anos de idade-, que nos revela a dificuldade da criança diante da necessidade de comunicar-se. Neste conto de João Guimarães Rosa, a personagem principal personifica a relação da criança com o poético. Esta relação entre criança e poesia pode ser constatada em várias instâncias. É imprescindível ainda levarmos em conta como uma criança processa as suas próprias reflexões e nos aprofundarmos em sua forma de raciocínio, apreensão e expressão destas.
Trata-se de uma leitura crítica de imagens do livro Grande Sertão: Veredas (de 1956), com destaque para aspectos da comunicação e do incomunicável. O imaginário do livro flutua entre imagens da indeterminação, da ambiguidade e da mistura nos “entremeios”: coisas-dentro-das-coisas e coisas-entre-as-coisas. O artigo propõe uma problematização da relação estética do leitor e da leitura da obra, a partir da sua forma poética. Além disso, são feitas considerações sobre o imaginário e o pensamento comunicacional.
Este artigo busca situar o jornalismo literário enquanto disciplina de saberes complexos e transdisciplinares, necessária à formação de todo jornalista. Busca entender e integrar a prática da narração aos problemas dos níveis de realidade. Os conceitos de literatura de complexidade e de transdisciplinaridade servem de base à nossa reflexão. Com o conto “Com o vaqueiro Mariano”, trazemos a literatura de João Guimarães Rosa e suas relações com os saberes jornalísticos, desde a noção de entrevista, passando pelo sistema de produção e circulação da informação até as técnicas de apuração que o autor empregava. Por fim, concluímos que o jornalismo literário permite não só situar o jornalismo no circuito da comunicação, mas também, e de forma ampliada, estender o circuito da comunicação à sua dimensão cultural, em seu papel pedagógico relevante para qualquer área do conhecimento.