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A ginástica de antes

A ginástica artística no Brasil tem crescido ao longo dos anos. Estrelas da modalidade como Arthur Nory, Arthur Zanetti e Daiane dos Santos mostram que o esporte veio pra ficar, conquistando medalhas em grandes competições como os Jogos Olímpicos, os Jogos Panamericanos e o Campeonato Mundial de Ginástica Artística. Com tantos talentos surgindo, outros que não tiveram a mesma chance, sendo por oportunidade de estar em grandes clubes, ou por lesão, como foi o caso da ex-atleta do Clube Palmeiras, Paula Rabatone. Conversei com a Paula sobre quais foram os maiores desafios para ela durante a carreia e o porquê dela ter abandonado o esporte.

A: Com quantos anos e onde você começou a treinar?
Paula: Comecei com 4 anos de idade por brincadeira e incentivo dos meus pais. Sempre fui uma criança muito ativa e eles diziam que precisava concentrar minha energia em algo. Me apaixonei pela ginástica artística por causa das piruetas e dos desafios físicos que esse esporte me trazia. Comecei a treinar no clube do Palmeiras, pois minha família era sócia.

A: Quando foi que você percebeu que teria que parar?
Paula: Estava em um dia normal de treinos quando fiz uma acrobacia e caí com a perna virada para trás. A dor me mostrou na hora que eu teria que parar. Tive uma lesão na coxa irreversível e permanente. Nunca mais pude praticar exercícios de intensidade.

A: Qual foi o seu maior desafio dentro da ginástica artística?
Paula: Sempre fui uma criança com muita desenvoltura, vontade de aprender e sem medo de fazer nada. Me jogava, literalmente, nos treinos. Pulava de cabeça nas coisas. Acredito que meu desafio foi vencer minhas limitações físicas e de convencer minha mãe que aquilo era o que eu queria pra minha vida. Ela sempre achou o esporte muito perigoso e achava que aquele meu jeito livre de ser fosse me machucar. Acho que, no fim das contas, ela tinha razão (risos).

A: Para finalizar, o que você acha sobre o atual cenário da ginástica artística no Brasil?
Paula: Acredito que o esporte tem crescido muito. Ganhamos muitas medalhas ultimamente, o nome do Brasil está sempre no pódio quando vemos competições de ginástica artística. Mas acho que as pessoas não dão o valor que esse esporte merece, há muitas competições importantes, por exemplo, que ao menos são televisionadas. Não há muito acesso e divulgação à população sobre o esporte, sobre suas competições e até mesmo sobre onde pode treinar. Temos excelentes centros de treinamento em São Paulo, como o Palmeiras, o Clube Pinheiros, o Paulistano, entre outros. Deveria haver maior divulgação para a população sobre o quão bonito é a ginástica artística e incentivar as nossas crianças a particá-la.

 

Ana Carolina Martins