Crônicas

Cronica Esportiva -“Final de Copa” por Matheus de Paula Souza

Por : Matheus de Paula Souza – Número USP : 10669224

FINAL DE COPA

Toca o sinal, mas já tinham minutos que ninguém prestava atenção em nada. Coloca o meião, calça a chuteira, tira o casaco, troca a camisa. Atropelando quem estiver na frente, saímos da sala antes mesmo do professor. Sobe as escadas, bebe água, atravessa o corredor. Tudo isso correndo, para não perder minutos preciosos.

Já dentro de quadra, todos estão a espera da bola, que sempre chega com o inspetor Marcão. Na nossa final de Copa do Mundo não tem juiz. Enfim, começa o jogo. A ‘torcida’ ainda vai chegando porque ir até a cantina era mais importante. A gente nem se preocupou em comer.

O jogo é pegado, quem disse que não? As regras são de rua. Sofreu falta, chama, bola dividida é da defesa e a mais importante… a sala mais velha é que manda. E nada melhor do que estar no 3º ano do ensino médio. Nenhum pirralho vai querer ‘folgar’ para cima de nós!

Tem pontapé, lateral invertido, provocação, catimba. Vez ou outra o Marcão ameaça bancar o juiz e acabar com a bagunça.

Vou guardar a bola!’, grita com cara de bravo.

Mas ele mesmo sabe que aquilo precisa terminar ali. E o fim vai chegar. O sinal é o apito final, que soa por alguns longos segundos. Acabou. Vencemos o interclasses da escola e está comprovado: não existe ninguém melhor do que a gente! Nos cumprimentamos. Todo mundo ensopado de suor.

A volta para a sala é arrastada. A passos lentos vamos lembrando de cada lance, cada gol, do maior título de nossas carreiras. De peito estufado entramos na classe e somos recebidos com festa por quem viu o jogo. É a consagração final. Como premiação pelo nosso feito, uma prova de Geografia nos espera.

E eu não estudei.