Max Verstappen e os maiores vencedores da história da F1
Por Sergio Quintanilha
A temporada 2022 será a 73ª da história da Fórmula 1. Agora como novo campeão do mundo, Max Verstappen poderá continuar escalando o ranking de conquistas, a fim de se tornar o que Lewis Hamilton já é: um mito na história do automobilismo. Como em todos os esportes, os números não dizem tudo, mas servem de referência para muitas matérias jornalísticas e análises dos especialistas.
Por isso, aproveito este primeiro texto de 2022 para publicar um balanço com as principais estatísticas, que podem ajudar na produção de conteúdos editoriais e análises. Nas estatísticas aparecem também os pilotos atuais, com foco especial em Max Verstappen, que tem potencial para ser um dos maiores pilotos de todos os tempos.
TÍTULOS MUNDIAIS
1º | Michael Schumacher | 7 (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004) |
Lewis Hamilton | 7 (2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020) | |
3º | Juan Manuel Fangio | 5 (1951, 1954, 1955, 1956 e 1957) |
4º | Alain Prost | 4 (1985, 1986, 1989 e 1993) |
Sebastian Vettel | 4 (2010, 2011, 2012 e 2013) | |
6º | Jack Brabham | 3 (1959, 1960 e 1966) |
Jackie Stewart | 3 (1969, 1971 e 1973) | |
Niki Lauda | 3 (1975, 1977 e 1984) | |
Nelson Piquet | 3 (1981, 1983 e 1987) | |
Ayrton Senna | 3 (1988, 1990 e 1991) |
Depois desses vêm seis pilotos com dois títulos mundiais cada: Alberto Ascari (1952 e 1953), Jim Clark (1963 e 1965), Graham Hill (1962 e 1968), Emerson Fittipaldi (1972 e 1974), Mika Hakkinen (1998 e 1999) e Fernando Alonso (2005 e 2006).
Finalmente há ainda 18 pilotos que foram campeões mundiais uma vez na Fórmula 1: Giuseppe Farina (1950), Mike Hawthorn (1958), Phil Hill (1961), John Surtees (1964), Denny Hulme (1967), Jochen Rindt (1970), James Hunt (1976), Mario Andretti (1978), Jody Scheckter (1979), Alan Jones (1980), Keke Rosberg (1982), Nigel Mansell (1992), Damon Hill (1996), Jacques Villeneuve (1997), Kimi Raikkonen (2007), Jenson Button (2009), Nico Rosberg (2016) e Max Verstappen (2021). No total, 34 pilotos foram campeões.
No caso das vitórias, tão importante quanto o número de conquistas é o número de Grandes Prêmios disputados. Por isso, muitos especialistas preferem fazer o ranking pelo aproveitamento, que é a porcentagem de vitórias no total de GPs (os números estão entre parêntesis).
VITÓRIAS
1º | Lewis Hamilton | 103 (35,8%) |
2º | Michael Schumacher | 91 (29,6%) |
3º | Sebastian Vettel | 53 (19%) |
4º | Alain Prost | 51 (25,6%) |
5º | Ayrton Senna | 41 (25,5%) |
6º | Fernando Alonso | 32 (9,6%) |
7º | Nigel Mansell | 31 (16,6%) |
8º | Jackie Stewart | 27 (27,3%) |
9º | Jim Clark | 25 (34,7%) |
Niki Lauda | 25 (14,6%) | |
11º | Juan Manuel Fangio | 24 (47,1%) |
12º | Nelson Piquet | 23 (11,3%) |
Nico Rosberg | 23 (11,2%) | |
14º | Damon Hill | 22 (19,1%) |
15º | Kimi Raikkonen | 21 (6%) |
16º | Mika Hakkinen | 20 (12,4%) |
Max Verstappen | 20 (14,2%) | |
18º | Stirling Moss | 16 (24,2%) |
19º | Jenson Button | 15 (4,9%) |
20º | Graham Hill | 14 (8%) |
Jack Brabham | 14 (11,4%) | |
Emerson Fittipaldi | 14 (9,7%) |
Também digna de nota é a estatística do italiano Alberto Ascari, bicampeão do mundo, que venceu “só” 13 corridas, mas em apenas 32 participações. Portanto, seu aproveitamento é fantástico (40,1%), o que o coloca imediatamente atrás do mito Fangio, que tem até hoje o melhor índice (47,1%).
Os brasileiros Felipe Massa e Rubens Barrichello, com 11 vitórias cada um, estão em 28º lugar, juntos com Jacques Villeneuve (6,7%). Massa tem 4,1% de aproveitamento e Barrichello tem 3,4%. Dos pilotos atuais, além de Hamilton, Vettel, Alonso e Verstappen, o mais bem colocado é Valtteri Bottas, com 10 vitórias (5 ,6%). Depois vêm Daniel Ricciardo com 8 vitórias (3,8%).
Com duas vitórias aparecem Charles Leclerc (2,5%) e Sergio Pérez (0,9%). Há ainda outros 34 pilotos que conquistaram uma vitória na F1, entre eles o brasileiro José Carlos Pace (1,4%) e as promessas francesas Pierre Gasly (1,2%) e Esteban Ocon (1,1%). No total, 111 pilotos já conseguiram pelo menos uma vitória nos 1.057 GPs oficiais disputados.
Outra estatística importantíssima é a de pole positions, pois tem a ver diretamente com a velocidade do piloto. Também aqui o aproveitamento é importante. Comecemos por ele então – os melhores, pela ordem, são: Fangio (56,9%), Clark (45,8%), Ascari (43,7%) e Senna (40,4%).
POLE POSITIONS
1º | Lewis Hamilton | 103 (35,8%) |
2º | Michael Schumacher | 68 (22,1%) |
3º | Ayrton Senna | 65 (40,4%) |
4º | Sebastian Vettel | 57 (20,4%) |
5º | Jim Clark | 33 (45,8%) |
Alain Prost | 33 (16,6%) | |
7º | Nigel Mansell | 32 (17,1%) |
8º | Nico Rosberg | 30 (14,6%) |
9º | Juan Manuel Fangio | 29 (56,9%) |
10º | Mika Hakkinen | 26 (16,1%) |
11º | Niki Lauda | 24 (14%) |
Nelson Piquet | 24 (11,8%) | |
13º | Fernando Alonso | 22 (6,6%) |
14º | Damon Hill | 20 (17,4%) |
Valtteri Bottas | 20 (11,2%) |
Max Verstappen ainda não tem um grande número de poles, pelos padrões atuais. Quase todas as suas largadas em primeiro lugar ocorreram no ano passado. Por isso, Verstappen soma 13 poles na carreira (9,2%) e ainda está bem atrás de Bottas (20) e Alonso (22), entre os pilotos atuais. Depois de Max, quem aparece muito bem é Charles Leclerc com 9 poles (11,2%). Só mais três pilotos da temporada 2022 possuem poles na carreira: Daniel Ricciardo com 3 poles (1,4%) e Lance Stroll (1,0%) e Lando Norris (1,7%), ambos com uma pole position.
Entre os brasileiros, dois deles continuam acima de Verstappen no ranking histórico. Há o registro de 16 poles para Felipe Massa (5,9%) e 14 para Rubens Barrichello (4,3%). Outros dois estão abaixo: Emerson Fittipaldi com 6 largadas em primeiro (4,2%) e José Carlos Pace com uma pole (1,4%). No total, 102 pilotos largaram na pole position. Como se vê, Max ainda tem um bom caminho a percorrer antes de se tornar um dos maiores da história. Com apenas 24 anos de idade, o ídolo holandês tem boas chances de conseguir.
Sergio Quintanilha é doutorando em Ciências da Comunicação na ECA-USP e escreve sobre automobilismo desde 1989 – twitter: @QuintaSergio