ISSN 2359-5191

06/11/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 74 - Educação - Faculdade de Educação
Professores aprendem a brincar

São Paulo (AUN - USP) - Entrar em uma sala de aula e se deparar com professores sentados no chão brincando com garrafas PET e embalagens de papelão e de plástico pode não ser uma cena comum, mas é necessária. Para os profissionais que atuam no Projeto Ponto de Cultura: “Brincando e aprendendo na universidade: Labrimp e MEB como espaços de cultura”, a cultura da infância precisa ser valorizada e o professor precisa aprender e ensinar a brincar, brincando.

O projeto tem o intuito de ampliar o repertório dos professores para que eles consigam aceitar outras linguagens da criança que não seja só a escrita. Por isso são trabalhadas as linguagens da arte, da música e do teatro, visando ampliar as possibilidades de expressão das crianças.

As oficinas são abertas ao público. De acordo com Roselene Crepaldi, que há 10 anos atua como pesquisadora no Laboratório de Brinquedos e Materiais Pedagógicos (Labrimp), nas atividades “aquilo que a gente quer que o professor e o estagiário façam com a criança, a gente faz com ele, para que aprenda e possa utilizar esse conhecimento no dia-a-dia”. Em sua opinião, “não é uma oficina que tem um fim em si mesmo, o objetivo é que reverta na prática”.

A pesquisadora conta que na oficina que oferece de “Construção de brinquedo de sucata”, inicia-se com uma discussão sobre o tema, depois há um processo de escolha da sucata, o planejamento das atividades e em geral tem algum material pronto que é usado como referência para ser recriado. As oficinas têm em comum o fato de que todos têm que brincar, mas cada oficineiro tem uma dinâmica. “Alguns trazem material pronto, outros constroem junto, a dinâmica varia e existem avaliações muito positivas dessa metodologia”, afirma.

Roselene conta que a maior dificuldade encontrada pelos participantes é a necessidade de perfeição. Há um medo de errar, de soltar a imaginação, o que os faz manter um distanciamento da atividade como se brincar fosse algo inferior, menos importante do que a leitura e a escrita. “É como se brincar junto fosse perder o controle”, afirma.

Em novembro serão oferecidas sete oficinas. Essas são as últimas atividades da parceria do Labrimp e do Museu da Educação e do Brinquedo (MEB) com o Ministério da Cultura, firmada a partir de um edital ganho em 2005 com duração de dois anos. Nesse período foram oferecidas 144 oficinas, além de participação em seminários, eventos e realização de pesquisas. As oficinas atenderam prioritariamente professores da rede pública, alunos da graduação da FEUSP e alunos da graduação de outras universidades.

A partir do ano que vem o Projeto vai se transformar em um “Pontão de Cultura”, que foi aprovado em um novo edital do MEC no último mês de agosto. De acordo com ela o projeto é basicamente de oficinas e de um curso de extensão pela FEUSP. Como o trabalho é em âmbito nacional, o grupo pretende fazer um diagnóstico dos pontos que tem afinidade com o foco da cultura da infância, onde pretendem divulgar e fortalecer essa questão.

As oficinas que serão oferecidas em novembro são “Adaptação de Brinquedos em Respeito às Crianças”, dia 6/11 das 13h às 17h; “Formação prática de brinquedista”, dia 7/11, das 14h às 18h; “Criação de Brinquedos com Sucata”, dia 8/11, das 18h30 às 22h30, “Construção de Brinquedos com elementos da Natureza”, dia 8/11 das 13h às 17h, “Jogos e brincadeiras da nossa infância”, dia 14/11 das 9h às 13h; “Brincando de construir bonecos com sucata e papelagem”, dia 22/11 das 14h às 18h; “Construindo Brinquedos com Caixa de Leite”, dia 22/11 das 18h30 às 22h30. Já existem bastante inscritos, mas ainda há vagas. Cada oficina tem no total 30 vagas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na própria Faculdade de Educação no Apoio Acadêmico, Bloco B, sala 19. O e-mail para contato é apoioacad@fe.usp.br

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