ISSN 2359-5191

22/04/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 22 - Meio Ambiente - Faculdade de Saúde Pública
Estudo de mudanças ambientais globais deve articular as mais diversas matérias

São Paulo (AUN - USP) - Estamos vivendo como parasitas do planeta. Esse foi o alerta final de Ulisses Eugenio Cavalcanti Confalonieri, pesquisador com foco na área de Epidemiologia, em sua palestra sobre "Mudanças Ambientais Globais", parte do Seminário "Desafios da Saúde Pública: Passado, Presente e Futuro", organizado recentemente pela Faculdade de Saúde Pública da USP, por ocasião dos 90 anos de sua história.

O desafio de quem estuda a Epidemiologia é transitar entre o técnico e o instrumental, ampliando a agenda de estudos de forma a englobar diversas matérias e para isso, deve ser proveitoso um contato cada vez mais estreito com disciplinas como a Climatologia e as Ciências da Terra, não se fechar, encarar os desafios postos pelo mundo em transição.

Confalonieri chamou a atenção para o fato de que, ao analisar as mudanças globais, não se pode levar em conta apenas o clima: é preciso articular os processos de maior escala e seu impacto na saúde humana. Além das exposições diretas - ondas de calor, por exemplo - e indiretas - proliferação de insetos -, o homem está sujeito a dificuldades trazidas por rupturas socioeconômicas, como a migração forçada, que invariavelmente têm conseqüências graves na qualidade de vida dos envolvidos.

"O sistema de saúde tem que ser capaz de absorver esses impactos extras", afirmou o pesquisador, que lamentou a falta de envolvimento, no Brasil, do Ministério da Saúde em projetos voltados para soluções de sustentabilidade na Terra. O quadro é de descrença também na escala mundial, uma vez que as "Metas do Milênio" do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) estão longe de ser atingidas até 2015, ano da previsão inicial. Apesar da gravidade da situação, mencionou iniciativas notáveis além do próprio IPCC, como o "Millennium Ecosystem Assessment", o "Earth System Science Partnership" e o "Climate Change and Human Health".

Em sua conclusão, lembrou que a Terra é um ser vivo e os processos de seus habitantes são diretos, indiretos e multifásicos.

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