ISSN 2359-5191

08/11/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 96 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Ciências Biomédicas
Estudo propõe laserterapia como tratamento de doenças inflamatórias

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP têm trabalhado na investigação dos mecanismos de ação e no estabelecimento do regime terapêutico de novas modalidades de tratamento de doenças inflamatórias osteomusculares, como artrite, tendinite e lesões musculares. Trata-se da utilização de laser terapêutico de baixa potência em processos inflamatórios. Hoje, o tratamento desses males se dá a partir de medicação com analgésicos e antiinflamatórios.

Os portadores de doenças osteomusculares costumam ter de lidar com dores incômodas por longos anos. O uso recorrente de tais medicamentos é capaz de desencadear reações adversas de toxicidade gastrointestinal e renal. Os danos potencializam-se quando esses remédios são adquiridos sem orientação médica. Sua substituição pela terapia a laser, portanto, teria como função amenizar os efeitos colaterais produzidos pela medicação via oral.

Acessibilidade
Á primeira vista, um tratamento que conta com modernos recursos tecnológicos pode parecer caro. Mas, de acordo com o professor Rodrigo Álvaro Brandão Lopes Martins, coordenador da pesquisa e secretário científico da Associação Mundial de Terapia a Laser (WALT), um bom aparelho de laser nacional sai em torno de R$ 5 mil, valor considerado baixo quando comparado aos gastos anuais que o sistema de saúde brasileiro desembolsa com a liberação de remédios convencionais.

Além disso, não há dados precisos sobre o custo que esses medicamentos acarretam. Segundo o coordenador da pesquisa, baseada em estatísticas de países em que o controle de drogas é mais efetivo e sua estimativa mais precisa, essa situação se torna ainda mais complicada no caso brasileiro onde os remédios vendidos deliberadamente em drogarias nacionais são levados em conta.

Nos Estados Unidos, como informa Lopes Martins, a osteartrite, por exemplo, atinge cerca de 10% da população ou cerca de 20 milhões de norte-americanos. “Apenas com essa doença, os gastos no sistema de saúde com exames complementares e tratamento dos efeitos adversos de antiinflamatórios representam cerca de US$ 60 bilhões por ano.”

O papel do laser de alta potência, aplicado com freqüência em processos cirúrgicos, vem ganhando, cada vez mais importância em cirurgias oftálmicas e odontológicas. Apesar disso, o uso do laser de baixa potência, o chamado terapêutico, ainda está em vias de aceitação pela comunidade médica.

A terapia a laser ainda é uma tecnologia pouco difundida, por estar em processo de experimentação. Mas o principal desafio a ser enfrentado pelo laser de baixa potência é a inevitável concorrência com a indústria farmacêutica, o segundo lobby mais poderoso do mundo, atrás apenas da indústria bélica.

No Brasil, a redução de gastos com os tratamentos tradicionais não apenas acarretará uma economia para o sistema de saúde, como também tornará a terapia a laser acessível através de centros de baixa complexidade, como os postos de saúde.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br