ISSN 2359-5191

16/04/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 06 - Educação - Instituto de Ciências Biomédicas
Ciências biológicas confirmam validade do estudo de anatomia

São Paulo (AUN - USP) - “Se eu não souber bem anatomia, posso terminar a cirurgia com um problema nas mãos que eu não tinha antes.” Essa frase do professor Eduardo Hochulli resume bem o ponto de vista dos profissionais que discutiram no I Encontro Internacional de Ensino em Anatomia do ICB/USP, ocorrido recentemente, no qual foi discutida uma tendência comum nas faculdades de odontologia do Brasil: a redução na carga horária destinada às aulas de anatomia e como isso pode atrapalhar a formação dos futuros profissionais da área.

Esse ciclo de palestras foi fruto da união das Faculdades de Medicina, Veterinária e Odontologia da USP com o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), sob coordenação do professor Edson Liberti do ICB. Sendo destinado a todo o público, tanto profissionais dessas áreas quanto estudantes e pessoas interessadas em geral, o ciclo contou com palestrantes nacionais e internacionais.

Na quarta-feira, dia 10, o professor Doutor Eduardo Hochulli Vieira, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Odontologia da Unesp-Araraquara defendeu o tema “Importância da Anatomia para a Cirurgia Facial e Prática Cirúrgica Odontológica – Oclusão e Reconstrução”. Segundo o palestrante, o bom conhecimento de anatomia é fundamental para o diagnóstico correto do paciente, tanto para planejar a cirurgia como para acompanhar o pós-operatório. Nos implantes, nada ocorrerá de maneira correta se o profissional não dominar a anatomia da boca. O mesmo acontece em caso de infecções graves, com secreções que devem ser drenadas. “Não tem como operar sem conhecer a anatomia, para reconhecer estruturas, mesmo quando estão fora do lugar”.

Em relação a como a tecnologia poderá mudar as cirurgias faciais, o cirurgião citou um caso estudado por ele em uma viagem a Frankfurt, na Alemanha. Na situação, uma paciente com um tumor muito grande teria sua mandíbula retirada por causa da cirurgia. Porém, graças a novos recursos tecnológicos baseados em tomografia e computação, uma nova mandíbula, feita a partir da fíbula, um osso da perna, foi projetada para encaixar perfeitamente no rosto da paciente. “Apesar de toda a tecnologia, entra também o conhecimento de anatomia do profissional, pois foi ele que controlou o computador”, concluiu o professor.

A segunda palestrante do dia, Edela Purricelli, da UFRGS, concordou com o que foi falado antes e defendeu que anatomia odontológica precisa ser mais incentivada por meio de melhoras qualitativas no ensino e também por meio de um acréscimo de horas-aula destinadas a ela. Sua frase de abertura pode ser considerada a mensagem geral que os organizadores quiseram passar: “a anatomia é a luz guia para as correções em cirurgia”.

Esse assunto também interessa as pessoas que ajudaram na organização do evento. Gisele Saviani acredita que, atualmente, os cursos da área biológica voltados para a saúde deixaram de lado a anatomia para dedicarem mais tempo a novos estudos, como biologia molecular e células-tronco. Ela declarou: “fiz pós-graduação em veterinária na USP em ‘Estudo dos Animais Pequenos’ e lá a gente vê que a anatomia é deixada de lado”.

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