ISSN 2359-5191

14/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 51 - Saúde - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Colírio mais eficiente e seguro é desenvolvido na USP

São Paulo (AUN - USP) - Um colírio que utiliza a nanotecnologia como plataforma foi criado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. O novo produto é mais econômico, confortável e seguro do que os medicamentos tradicionais, que “definitivamente não são inteligentes”, segundo a professora Nádia Bou-Chacra, coordenadora das pesquisas.

De acordo com a professora, substâncias como anti-inflamatórios foram colocadas dentro de cápsulas esféricas de cerca de 300 nanômetros. Para comparar, uma bactéria pode ter cerca de 450 nanômetros. Esses dispositivos minúsculos têm a capacidade de liberar gradualmente o ativo no globo ocular, fazendo com que o organismo não sofra reações adversas com a exposição excessiva ao medicamento.

O novo colírio também é mais econômico do que os produtos que estão no mercado. Normalmente, eles têm um grande índice de desperdício por causa dos mecanismos de defesa do nosso olho, como o ato de piscar e de lacrimejar. Além disso, a cavidade ocular tem pouca capacidade de armazenamento. Isso faz com que o medicamento tenha que ser administrado pelo menos quatro vezes ao dia pelo paciente.

Pensando nisso, os pesquisadores colocaram uma substância na superfície das nanoestruturas com carga contrária à do nosso olho, a quitosana, encontrada em casca de crustáceos como o camarão, por exemplo. Com a oposição de cargas, os dispositivos grudam no globo ocular e permanecem ali por mais tempo, aumentando o intervalo de administração do colírio para uma vez ao dia, por exemplo. “Imagina o conforto do paciente”, declara Nádia.

Recentemente, um projeto foi enviado para a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) com o objetivo de produzir uma quantidade do produto suficiente para a realização de testes com animais e em seguida com pessoas. Para isso, foi criada uma parceria entre a FCF, o Hospital das Clínicas e a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.

O resultado do pedido sairá em julho e financiará o vencedor com 2,5 milhões de reais. “Se eu ganhar, você vai me ver soltando rojão”, diz a professora, que acredita que a nanotecnologia é atualmente a melhor plataforma para o desenvolvimento de medicamentos inteligentes.

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