ISSN 2359-5191

14/07/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 51 - Saúde - Faculdade de Saúde Pública
Adesão à higienização das mãos em hospitais pode ser medida através de fórmula

São Paulo (AUN - USP) - Em tempos de gripe suína, órgãos da área da saúde alertam a população para que lave as mãos várias vezes ao dia e da maneira correta. E com razão. Boa parte das doenças causadas por bactérias patogênicas é transmitida por meio do contato. E se o hábito de lavar as mãos com freqüência é fundamental para a higiene de cidadãos comuns, para profissionais da saúde esta atenção redobra. Não à toa, hospitais investem recursos humanos e financeiros para estimular o hábito entre seus funcionários.

A tese de Doutorado de Luciana Rezende Barbosa, Correlação entre métodos de mensuração da adesão à higienização das mãos em unidade de terapia intensiva neonatal, defendida recentemente na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, relacionou dois métodos comuns de aferição da lavagem por profissionais de assistência na área da saúde, estabelecendo uma fórmula que permite, de maneira inovadora, saber a porcentagem da adesão da prática no hospital em um dado período.

Um dos métodos mais utilizados de monitoramento é a observação direta, considerada “padrão ouro” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de contratar alguém que observa o trabalho de profissionais que entram em contato direto com pacientes, como médicos e enfermeiros, verificando se a higienização das mãos ocorre sempre que há oportunidade, dentro do tempo recomendado de 20 segundos, se o produto é adequado etc. As vantagens estão na possibilidade de verificar estes detalhes. Entretanto o método é trabalhoso, pois exige padronização e treinamento, e representa custo elevado para o hospital.

Luciana explica que outra alternativa é usar um equipamento eletrônico que, embutido na tampa do lado interno do dosador, lê o número de lavagens em um dado período. Ele precisa estar próximo a cada ponto de atenção e tem a vantagem de ser barato e fácil de instalar.Por outro lado, não permite averiguar detalhes que um profissional na observação é capaz de verificar.

Durante quatro meses, Luciana trabalhou simultaneamente, em 250 períodos de uma hora cada, os dois métodos na UTI Neonatal do Hospital Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela observou que há correlação entre eles e assim criou duas fórmulas que permite algo pioneiro: demonstrar a porcentagem de adesão dos profissionais à lavagem freqüente de um período para outro. Estudos anteriores feitos por ela no Hospital Albert Einstein usou o mesmo contador sem avaliar a porcentagem de adesão.

A empresa onde Luciana trabalha atualmente tem o dosador utilizado na pesquisa. Mas ela explica que não é o único. Há dois outros fabricantes que produzem similares. E uma das vantagens da pesquisa é incentivar outros produtos a desenvolverem semelhantes.

Ela conta ainda que não só profissionais devem higienizar as mãos constantemente dentro dos hospitais, mas também pacientes e familiares. Ela diz que alguns hospitais “treinam” a família e muitos pacientes cobram de médicos e enfermeiros a lavagem das mãos antes de efetuar procedimentos.

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