ISSN 2359-5191

21/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 124 - Meio Ambiente - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas
Demarcação de terras indígenas é solução para desmatamento

São Paulo (AUN - USP) - A demarcação de terras indígenas coloca populações indígenas e gigantes do setor agropecuário em lados opostos do ringue. Porém, segundo o professor Ariovaldo Umbelino de Oliveira, do departamento de geografia da FFLCH/USP, apenas a demarcação de terras pode salvar o bioma amazônico. Isso porque os locais em que a derrubada de floresta praticamente não ocorreu são na maioria demarcações de terras indígenas.

A partir de imagens de satélite obtidas no Siglab, um dos laboratórios geográficos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Ariovaldo concluiu que a o desmatamento em áreas de reserva indígena é praticamente inexistente. “As demarcações de terras, que antes eram encaradas como um exercício acadêmico das Ciências Sociais, têm papel prático essencial para pulsação da floresta”, diz. O professor comparou as imagens entre o desmatamento atual e o de dez anos atrás.

Agropecuária, o pesadelo amazônico
A exploração da madeira e a agropecuária extensiva são os maiores responsáveis pelo desmatamento amazônico. Desde 2008, 10.000 km² são desmatados por ano na região, ou seja, a área total de um país como o Líbano. Com isso, a conjetura futura não é otimista. De acordo com Ariovaldo, o desmatamento não está diminuindo, mas aumentando.

“Embora os mais recentes dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontem uma diminuição na derrubada da floresta, a perspectiva não é de queda. O que estamos vivendo hoje é algo constante em todo monitoramento do INPE: uma queda momentânea”. Assim, se o gráfico do desmatamento da Amazônia desde 1988 for amplamente analisado (e não apenas o comparativo entre um ano e seu anterior, como é de costume), mesmo com a queda de 2009 e 2010, o quadro não é otimista. “Para um bom estudioso, a tendência é de aumento”, alerta.

As situações mais críticas se encontram no Mato Grosso e no Pará, estados da fronteira amazônica. O primeiro é responsável pelo maior desmatamento brasileiro, impulsionado principalmente pelo agronegócio da soja. O segundo, além de deter um dos maiores rebanhos do país, no município de São Félix do Xingu, extrai ilegalmente mais da metade de toda madeira comercializada. “Nas áreas demarcadas não há esse problema. São os povos indígenas que preservam a terra contra o desmatamento. Nas demarcações não há desmate”.

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