ISSN 2359-5191

21/12/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 124 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Rotação de lavouras aumenta a produção agrícola em até oito vezes

São Paulo (AUN - USP) - A monocultura extensiva representa um sério risco para o sistema produtivo brasileiro. Essa é a tese do professor Guilherme Leite Dias, da Faculdade de Economia e Administração da USP, que defende que o atual sistema agrário é insustentável e precisa de mudanças rápidas. Uma das saídas seria a implantação de um modelo de rotação de culturas, que aumentaria a produtividade das lavouras em até oito vezes.

O sistema produtivo tradicional baseia-se em dois movimentos principais: o desmatamento da região e o manejo do solo com queimadas. “O ciclo produtivo nesse caso dura de 10 a 20 anos. Porém, depois disso, o solo está completamente exaurido. Não é possível plantar mais nada”. A solução proposta por Guilherme é um ciclo sustentável, em que haja a correção do solo, constante adubação e rotação de culturas com plantio direto.

“Essas medidas provocariam mudanças contínuas no solo, o que é fundamental. Solo bom é bicho em transformação”, afirma o professor. Com esse modelo, além de aumentar consideravelmente a produtividade, os ciclos agrários demorariam de cinco a oito anos. Contudo, o solo não perderia sua capacidade de produzir, sendo possível emendar um ciclo no outro, mantendo a produção de modo quase linear.

A rotação proposta pelo economista não se limita à agricultura. É preciso também que exista uma alternância entre pecuária e plantio de gêneros agrícolas. Segundo ele, quando um solo termina seu ciclo produtivo, é preciso que ele vire pasto para repor seus nutrientes. O gado é fundamental para a manutenção da lavoura.

O aumento do preço dos alimentos, o aquecimento global e a crise energética mundial são os três pontos que geram uma pressão econômica muito grande sobre a produção, diz Guilherme. “Chega uma hora que nos perguntamos como lidar com esses três problemas ao mesmo tempo. Será que eu produzo comida ou produzo energia?”

O desequilíbrio gerado é um eficiente combustível para uma produção não-sustentável, bem como para problemas sociais, como a violência agrária. Porém, tal tensão presente na economia contemporânea pode ser estabilizada com o sistema agrário sustentável e com a rotação de culturas.

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