ISSN 2359-5191

03/10/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 94 - Educação - Instituto de Biociências
Profissional de biologia muda e requer formação interdisciplinar

São Paulo (AUN - USP) - Nos últimos vinte anos, o perfil do biólogo mudou completamente. Para o professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Takeo Sano, o mercado de trabalho exige cada vez mais desses profissionais e cobra que tenham formação ampla e que saibam trabalhar colaborativamente. “Não podemos mais ser profissionais que não olham para o lado. Temos que ter habilidades para uma atuação mais social, nos relacionar com outros profissionais e com pessoas comuns”, afirma.

O grande desafio é que a maior parte das faculdades ainda não está preparada para atender essas novas demandas, de acordo com Sano. Para ele, o meio acadêmico ainda oferece uma formação de trinta, quarenta anos atrás. “É necessário repensar toda a preparação para formarmos biólogos do século 21”, diz. “Antes, o bom profissional era aquele ultraespecialista em determinado assunto, que não precisava ter contato com ninguém. Hoje, o mercado requer uma pessoa que possa colaborar com o entorno.”

O professor aponta que até os artigos acadêmicos da área são feitos em parcerias, de maneira coletiva, na maior parte das vezes, com mais de quatro autores. “Temos que estar nessa interface com o resto da sociedade. Se antes podíamos ficar sentados a vida toda no laboratório, hoje, precisamos ter trabalhos coletivos e colaborativos.”

Segundo o pesquisador, a modificação mais importante na profissão foi a compreensão dos seres humanos como “sujeitos dentro do mundo”. Ele explica que os biólogos estavam preocupados em conhecer o mundo natural, do qual o ser humano pouco participava, e que, agora, não há mais a possibilidade de ignorar a presença humana. “Temos que considerar, obrigatoriamente, o homem como sujeito no mundo. Sujeito que impacta, que conserva, que nos fornece informações”, opina.

Com essa mudança de perspectiva, houve a introdução das abordagens qualitativas nos estudos e pesquisas da área de biologia. Essa abordagem é fundamental para ampliar o conhecimento do profissional e fornecer informações mais completas, segundo Sano. “Em nossa formação, nos voltamos para as abordagens quantitativas, para as estatísticas, mas, quando trabalhamos com elementos complexos, só ‘quantidade’ não dá conta”, afirma.

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