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03/06/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 18 - Educação - Instituto de Matemática e Estatística
Professor de matemática busca formas criativas de resolver problemas
Alunos discutem problemas propostos no curso de verão do IME. Foto: Arquivo Antonio Brolezzi

Nem sempre para resolvermos um problema matemático é preciso colocar logo um "x" e sair fazendo contas. É o que propõe o professor Antonio Brolezzi, do Instituto de Matemática e Estatística da USP (IME/USP), que tem um trabalho voltado para a criatividade na resolução de problemas. Brolezzi explica que sua pesquisa não tem um material específico. "Na verdade tenho trabalhado com resolução de problemas praticamente a vida inteira, porque o professor de matemática acaba sempre resolvendo e criando problemas", explica ele.

Existem diversas definições de criatividade. O professor afirma que dá preferência aos autores que relacionam criatividade com a capacidade de resolver problemas, buscando solução de forma constante. "[Criativas] são as pessoas que têm uma grande insistência, um esforço muito grande para descobrir as lacunas do conhecimento. Então, nesse sentido acabei relacionando a criatividade com a matemática, porque na matemática também a gente tem que explorar outros pontos de vista para resolver um problema", diz o docente.

Nos cursos de verão que dá no IME, Antonio Brolezzi não trabalha com um material específico, mas com a forma de resolução e com as dúvidas dos participantes. "O material básico de trabalho é a própria fala dos alunos. Trabalhamos com representação teatral, eles tentam fazer com os próprios corpos algumas construções geométricas, saindo do lugar", explica Brolezzi. "Há a tentativa de quebrar aquele paradigma, aquele modelo de o aluno resolver individualmente o problema, por meio das suas próprias mágicas", completa.

O que ocorre no aprendizado da matemática, segundo o docente, é que existe um individualismo. "Há uma crença de que a resolução dos problemas está numa capacidade de concentração individual, o que às vezes acontece de fato. Mas, de uma forma geral, a gente não tem como ficar esperando os problemas serem resolvidos por um esforço individual isolado", diz Antonio Brolezzi. O professor foi pesquisar autores do início do século 20, como o russo Lev Vigotsky, que trabalhou intensamente sobre a chamada teoria social do conhecimento e explorou o papel fundamental da linguagem na abertura do indivíduo para o mundo exterior. Baseando-se na teoria do autor russo, Brolezzi propõe um trabalho de resolução de problemas que seja discutido e no qual as pessoas consigam veicular as suas próprias ideias sem haver uma repressão e um controle absoluto sobre o que se fala.

Além dos cursos de verão, o professor já deu oficinas do Centro de Aperfeiçoamento do Ensino da Matemática (Caem) e aborda o tema nas disciplinas que dá na graduação, principalmente na licenciatura. Além disso, publicou o livro Criatividade e resolução de problemas, com o material coletado nos cursos que já deu.

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