Incluído na dieta alimentar de suínos para testar sua eficácia, o probiótico Bacillus subtilis possibilitou variações que favoreceram a digestibilidade aparente de proteínas, além de melhorar a digestão de matéria seca e energia. O estudo também identificou que as fezes dos animais submetidos ao tratamento com probióticos produziram menor quantidade de metano do que quando estavam sob avaliação com antibióticos. Não houve perdas econômicas significativas quando se optou pelo uso de probióticos, em vez de antibióticos.
A pesquisa, realizada pela zootecnista Nataly Villa Paulino na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, comparou os resultados de três grupos. O primeiro grupo de animais estava sob uma dieta sem probióticos, enquanto o segundo foi alimentado com o Bacillus subtilis. Já o terceiro grupo recebeu uma dieta sem probióticos, mas com antibióticos. Os animais foram avaliados nas fases de crescimento e terminação, sob condições experimentais e, na condição de granja (produção comercial de ciclo completo).
A redução de antibióticos
Os probióticos são indicados como uma alternativa ao uso de antibióticos porque, além de reduzir a infecção de patógenos, também melhoram a saúde e o desempenho do animal. Isso acontece pois os microrganismos vivos (ou bactérias úteis) favorecem a microbiota intestinal, melhorando o aproveitamento dos alimentos.
A busca dessas alternativas tornou-se frequente a partir da década de 80, quando países europeus passaram a controlar o uso de antibióticos em suas criações animais, por causa dos questionamentos acerca dos efeitos que essas substâncias poderiam causar posteriormente no homem. "Gradualmente, [os antibióticos] vêm sendo banidos da produção animal, sendo necessário que se encontrem boas alternativas ao seu uso", explica a pesquisadora.
"Atualmente, existem no mercado microrganismos com grande potencial de serem utilizados como probióticos, dentre os quais se incluem bactérias do ácido láctico, diversar espécies de Bacillus sp. e a levedura Saccharomyces cerevisiae", destaca Nataly. Diante disso, ela ressalta a importância da pesquisa porque, ainda que os efeitos benéficos dos microrganismos sejam conhecidos, é preciso analisar sua ação nas diferentes etapas da criação animal. "Ainda há necessidade de esclarecer a eficácia e os mecanismos de ação dessas substâncias quando incorporadas à dieta nas diferentes fases de vida da espécie suína", conclui.