ISSN 2359-5191

19/12/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 105 - Saúde - Faculdade de Odontologia
Pesquisa aponta particularidades dos principais materiais restauradores utilizados no tratamento de erosão dental
Testes apontam diferenças entre os materiais, mas não suficientes para a definição de um como o melhor

Erosões dentais podem ser provocadas pela ingestão de líquidos e alimentos ácidos. A progressão dessas lesões pode resultar em problemas mais graves como a perda de estrutura dentária ou a hipersensibilidade dentinária.

Os cirurgiões-dentistas se dedicam a evitar que as lesões erosivas se desenvolvam a partir de orientação sobre higiene bucal e hábitos alimentares. Este procedimento de prevenção e de readaptação é o mais adotado para esta doença que, em estágio inicial, afetando apenas o esmalte do dente, não causa desconforto ou relevante impacto na qualidade de vida, ao contrário da cárie, por exemplo. Entretanto, em situações em que há evolução dessas lesões, são necessários procedimentos restauradores que envolvem a aplicação de um material restaurador na superfície do dente. O processo é realizadoa fim de evitar a progressão dos danos, bem como devolver estética e função ao dente.

Alguns dos materiais restauradores mais utilizados paraesses procedimentos são o cimento de ionômero de alta viscosidade, o cimento de ionômero modificado por resina e a resina composta. Tamara Kerber Tedesco, aluna de pós-graduação da Faculdade de Odontologia da USP, apresentou, em 2014, uma tese de doutorado intitulada “Efeito do desafio erosivo nas propriedades e na estabilidade de união de materiais restauradores ao esmalte e dentina de dentes decíduos”, orientada pela professora Daniela Raggio e com colaboração das também alunas de pós-graduação em Odontopediatria, Ana Flávia B. Calvo e Laysa Yoshioka. Nela, a pesquisadora apresenta o desempenho destes três materiais por meio de testes de resistência de flexão, rugosidade superficial e resistência de união após imersão em bebida ácida, simulando o desafio erosivo.

Uma das suas metodologia buscava resultados a longo prazo, por isso, a parte experimental levou mais de 12 meses. Após a realização dos procedimentos restauradores, o dente era armazenado em água pelo período de um ano, quando então, eram novamente submetidos ao teste para avaliação da resistência de união. O estudo in vitro, usado para predizer o comportamento dos materiais restauradores em condições específicas, utilizou mais de 240 decíduos humanos (dentes de leite).

O experimento apresentou constatações interessantes. Destacam-se os resultados do cimento de ionômero de alta viscosidade e da resina composta. O primeiro retratou um comportamento estável nas duas avaliações, tanto em dentes sadios quanto erodidos por meio de lesões desenvolvidas em laboratório. Não evidenciaram, no entanto, desempenho máximo. Em comparação a ele, a resina apresentou desempenho superior. Por outro lado, sua performance tende a cair com o passar do tempo, uma vez que sofre mais com a degradação, um dos principais problemas das restaurações. Serão necessários outros estudos complementares ao realizado por Tamara até que se chegue em pesquisas clínicas e aplicações reais sobre o melhor material a ser utilizado nesses casos. Por hora, fica registrada a fundamental prevenção da erosão dentária e de sua evolução, para que assim o procedimento restaurador não seja sequer necessário.

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