A batalha da Maria Antonia, 40 anos depois

Nos dias 2 e 3 de outubro de 1968, a rua Maria Antonia, na Vila Buarque, em São Paulo, se transformou numa praça de guerra. O local era o endereço da agitação estudantil e política dos universitários paulistas. De um lado da rua, ficava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, refúgio dos estudantes de esquerda. De outro, os prédios da Universidade Mackenzie, que abrigavam membros do Comando de Caça aos Comunistas, um grupo paramilitar de direita. Naqueles dias, a tensão entre os uspianos e os mackenzistas cresceu a ponto de as duas facções se enfrentarem com rojões, foguetes, coquetéis molotov e tiros. Os conflitos deixaram um morto, o estudante secundarista José Guimarães. “Foi como se esquecessem o leite fervendo sobre o fogão. Em 1968, o mundo transbordou. Foi como se tudo fosse terminar no dia seguinte. A história avançava com velocidade, fúria e criatividade. Nada seria como antes. Ninguém ficaria parado”, escreve o jornalista Gilberto Amendola, autor de Maria Antonia – A história de uma guerra, que acaba de ser lançado. O livro traz depoimentos de testemunhas oculares dos conflitos, como o escritor Mario Prata, o jornalista Percival de Souza, o ex-ministro José Dirceu – que na época era presidente da União Estadual dos Estudantes – e o professor da USP Shozo Motoyama. Prata lembra que a separação entre alunos da USP e do Mackenzie era radical. “Nem freqüentar os mesmos lugares a gente freqüentava. Não assistíamos aos mesmos shows, não sentávamos nas mesmas mesas”, diz o escritor. “Aquilo tinha tudo para terminar do jeito que terminou.” cultura

 

 

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Os pólos da Terra, à espera de cuidados

“Estamos em situação extremamente difícil e tenho dúvidas de que conseguiremos ultrapassá-la.” A amarga declaração do explorador inglês Robert Scott – feita em carta à sua mulher, pouco antes de morrer nas geleiras da Antártida, em 1912 – pode ser lida na exposição “Latitude 90º – O impacto do aquecimento nos pólos”, em cartaz no Sesc Pompéia, em São Paulo. Realizada com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a necessidade de preservação dos ambientes polares, a mostra integra os eventos comemorativos do 4º Ano Polar Internacional e marca os 25 anos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), que consolidou a presença brasileira na Antártida. “As áreas polares são fundamentais para a vida na Terra, porque, conhecendo a dinâmica dos pólos, os cientistas conseguem entender melhor os ecossistemas do planeta e monitorar o impacto das agressões ao ambiente, orientando ações que podem fazer a diferença”, explica o coordenador-geral da exposição, Clóvis Arruda. especial

Uma rede para democratizar a televisão

A Rede de Intercâmbio de Televisão Universitária (Ritu) foi lançada no dia 6 passado, em cerimônia na Sala do Conselho Universitário da USP. A nova entidade permitirá a troca de conteúdos de vídeo para emissoras de televisão universitárias, que poderão compor a sua programação com conteúdo 100% acadêmico. “A Ritu é uma rede igualitária, em que todas as emissoras têm igual valor e autonomia para compor sua grade de programação e contribuir com as demais emissoras, enviando seus melhores programas”, comemorou o presidente da Associação Brasileira de Televisão Universitária (ABTU), Cláudio Márcio Magalhães. “A rede possibilita uma grande diversidade de programação, que vai refletir a produção da TV universitária de todo o Brasil”, destacou o diretor da TV USP, Pedro Ortiz. universidade

Centralizar para ajudar mais

O Programa de Prevenção e Tratamento de Uso de Álcool e Drogas da USP estará centralizado, em breve, no Instituto de Psicologia, que já cedeu uma área para essa finalidade. Embora a Universidade já disponha de vários locais que atendem a quem busca tratamento, essa rede não está centralizada, o que dificulta o trabalho de obtenção de dados e a definição de políticas de atendimento. “Atualmente o trabalho já é bem-feito, mas não há integração. A idéia é que o sistema passe a conversar”, afirma o professor José Franchini Ramires, coordenador do Departamento de Saúde da USP – novo nome do Sistema Integrado de Saúde da Universidade (Sisusp). Uma das iniciativas do programa, segundo ele, é a adoção de prontuários clínicos comuns, para que o departamento acompanhe mais de perto o atendimento feito em setores como a Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) e o Hospital Universitário (HU). universidade

 

 

 
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