Neste artigo é feito um estudo do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, de modo a se observar como o trágico manifesta-se nessa obra e como ele pode representar um sinal de salvação para a personagem principal. Tal estudo está ancorado na concepção de trágico nietzschiana, segundo a qual a tragédia se constitui a partir da fusão de duas forças opostas, referentes aos espíritos de Apolo e Dioniso, representantes da aparência e da essência, respectivamente.
O trágico tem sido estudado na recepção crítica de Guimarães Rosa: Kathrin Rosenfield, Eduardo Coutinho e Evelina Hoisel, tornando-se necessário analisar e confrontar as interpretações propostas, em busca de possíveis constantes hermenêuticas e relações entre as principais teorias da tragédia e/ou trágico (Aristóteles, Schiller, Schopenhauer, Nietzsche, etc.) e a obra do autor mineiro.
A presente comunicação é um estudo interpretativo do volume Primeiras Estórias, publicado em 1962 por Guimarães Rosa, examina-se a recepção de temas trágicos pela narrativa rosiana, tais como a ideia de fatalidade e de destino. Fazem-se confrontos entre os contos de 1962 e a tradição da tragédia grega, sobretudo daquela vertente que remonta a Sófocles e a Ésquilo.
O presente artigo pretende apresentar uma pequena análise do conto "Meu tio o iauaretê" (Guimarães Rosa), mostrando algumas marcas da tragédia grega na sua construção, sobretudo no que tange à representação do outro, tal como ocorre com o Dionísio, o estrangeiro lídio de As bacantes (Eurípedes). No papel desse outro, o personagem central vive uma crise de identidade: como branco, acaba incorrendo contra os valores da religião judaico-cristã; como índio, endossa alguns valores do mundo branco e, como animal, entra em confronto com a sua natureza humana.
Objetiva-se a análise do conto "Sorôco, sua mãe, sua filha", de João Guimarães Rosa. Os elementos da estrutura narrativa constituirão ponto de partida para o alcance do canto dionisíaco presente ao final da narrativa. Os vínculos possíveis quanto ao tratamento dado ao trágico tanto na obra de Guimarães Rosa quanto na de Friedrich Nietzsche serão ressaltados.
Neste artigo, propomos uma leitura de Grande sertão: veredas atualizando a perspectiva do trágico aristotélico a partir da filosofia do trágico. Em nossa concepção, a relação de Riobaldo e Diadorim, desde seu primeiro encontro, se dá sob uma sina trágica. Riobaldo é o homem posto diante de uma “ordem que o antecede” e com a qual ele empreende uma luta, cujo desfecho revela o fracasso da “demanda do impossível” representada por seu amor por Diadorim.