Objetiva-se apresentar leitura do conto "A Estória do Homem do Pinguelo", de Guimarães Rosa. Trabalhar-se-á o papel da alteridade na constituição da identidade, seja no que diz respeito aos narradores presentes no conto, seja no que diz respeito às personagens. Concluir-se-á que, em "A Estória do Homem do Pinguelo", o conhecimento da alteridade conduz à conquista da identidade, podendo, a partir deste conhecimento, melhor efetivarem-se os desígnios já determinados pelo destino. Alcançar-se-á, pois, o vínculo do conto com o trágico.
Objetiva-se análise do conto “Droenha”, presente em Tutaméia (Terceiras Estórias) de João Guimarães Rosa. O protagonista, Jenzirico, acreditando ter cometido um crime, vê-se obrigado a fugir do universo civilizado, indo viver, sozinho, numa Serra, totalmente inserido na natureza. Gradativamente, a racionalidade, registrada enquanto o protagonista está entre pedras, vai sendo substituída por fantasmagorias, conduzindo-o às brenhas, onde anteriormente viu seu alter ego nu e desarmado. Ao final, há o retorno ao mundo civilizado, trazendo consigo, do mundo primitivo, um mocó, animal que muito o torturou, colocando sua subjetivi-dade em risco.
Objetiva-se a análise do conto "Sorôco, sua mãe, sua filha", de João Guimarães Rosa. Os elementos da estrutura narrativa constituirão ponto de partida para o alcance do canto dionisíaco presente ao final da narrativa. Os vínculos possíveis quanto ao tratamento dado ao trágico tanto na obra de Guimarães Rosa quanto na de Friedrich Nietzsche serão ressaltados.
Este ensaio objetiva apreender a maneira de ser dúplice do narrador presente em "O outro ou o outro" (Tutaméia: terceiras estórias), de João Guimarães Rosa: ser distanciado do narrado e, concomitantemente, participativo no mesmo.
Objetiva-se breve descrição de Tutaméia (Terceiras Estórias) (1967), de João Guimarães Rosa (1908-1967). Ela se aterá ao caráter dúplice da obra na qual, de um lado, situam-se os contos, as ficções, de outro, as metaficções, ou seja, os prefácios, as epígrafes, as citações. Cuidar-se-á de destacar o fato de que há na obra registro da preocupação com a leitura a ser empreendida, uma vez que os textos metaficcionais aí inseridos em itálico, em oposição aos caracteres redondos dos quarenta contos, cuidadosamente querem revelar a leitura objetivada.
"Azo de Almirante", quarto conto de Tutaméia (Terceiras Estórias), efetiva-se através de dois tempos narrativos que se alternam. O primeiro deles apresenta a derradeira ação do protagonista, aquela que o conduzirá à morte, à procura do brejo situado à margem do rio. Neste primeiro tempo há o registro do final de um dia repleto de luz e também do final de uma vida marcada pela batalha, sem, no entanto, abdicar dos valores individuais. Hetério, protagonista do conto, morre feliz por auxiliar um amigo a raptar sua mulher. O segundo tempo presente na narrativa consiste na retomada da vida deste mesmo protagonista a partir do momento em que nela ocorreu uma reviravolta: uma enchente levou-lhe mulher e filhas. Deste acontecimento em diante, conforme relata o narrador heterodiegético, Hetério abandonou seu "fastio de viver, sem hálito nem bafo". Disse não a uma possível resignação fatalista frente ao destino. Adentrou-se no rio com sua canoa e posterior frota, entregando-se a um constante agi
Em "Droenha" (Tutaméia (Terceiras Estórias)), depara-se o leitor com o registro do duplo em diferentes instâncias: (1) no título do conto que no corpus se faz presente como ?pedroenga?, sendo esta duplicidade possível de ser lida graças às últimas palavras registradas na narrativa: "pedra e brenha"; (2) no nome do protagonista, ser civilizado, Jenzirico, a ter seu duplo registrado no nome de personagem primitivo, Jinjibirro, que efetivamente pratica a ação antes tentada pelo personagem principal; (3) no nome dos oponentes, Zevasco e Tovasco, cujo vínculo com o protagonista já se deu anteriormente quando o narrador em terceira pessoa conta que Jenzirico pensava seu próprio nome enquanto realidade "vasqueira".