O presente trabalho tem como principal objetivo estudar as várias transformações do conto clássico “Chapeuzinho Vermelho” e, sobretudo, as transformações da personagem principal que dá nome à história. Tomando como base “Chapeuzinho Vermelho” (1812), dos Irmãos Grimm, e o seu desdobramento em três versões, “Fita Verde no Cabelo” (1964), de Guimarães Rosa, “Chapeuzinho Vermelho de Raiva” (1970), de Mário Prata e “Chapeuzinho Amarelo” (1979), de Chico Buarque de Hollanda, analisaremos as transformações da versão clássica até as suas versões modernas. Para isso, utilizaremos como apoio teórico principal tanto o estudo de Vladimir Propp em A Morfologia do Conto, para entendermos as funções presentes no conto tradicional, quanto Formas Simples, de André Jolles para entender a Forma Simples e a Forma Artística. Apoiando-se no que nos apresentam os dois teóricos, analisaremos a personagem Chapeuzinho nas diferentes versões, suas mudanças juntamente com as transformações do conto.
La vieille histoire de Perrault et des Grimm est très présente dans la littérature brésilienne. Cet article étudie quatre récritures publiées sous la dictature militaire liberticide qui domina le pays de 1964 à 1985 : Chapeuzinho Vermelho, parodie humoristique du discours universitaire et scientifique par Millôr Fernandes(1967) ; Chapeuzinho vermelho de raiva (Petit chaperon rouge de rage) de Mario Prata (1970), texte dans lequel le loup, travesti en grand-mère, est plus « branché » et plus préoccupé de son apparence que menaçant pour la petite fille ; Chapeuzinho Amarelo (Chaperon jaune), très beau poème destiné aux enfants de Chico Buarque (1979) qui invente un moyen poétique de triompher de toutes les peurs enfantines. C’est encore de la peur que parle le très grand écrivain brésilien plurilingue Guimarães Rosa, dans Fita verde no cabelo (Ruban vert sur les cheveux), « nouvelle vieille histoire » dans laquelle c’est la mort et non le loup que rencontre la jeune fille parvenue au chevet de sa grand-mère.
Objetiva-se neste, estudo analisar, comparativamente na novela Tonka (1924) – do escritor austríaco Robert Musil – e no conto Desenredo (1967) – do escritor brasileiro João Guimarães Rosa – como estes autores se atêm à relação entre o amor, o ciúme a desconfiança e a posse e como, na novela de Musil, o amor é fonte de perdição, enquanto, no conto rosiano este – além de fonte de dor – o é também, de salvação. Ater-se-á, ainda, à comparação da conflituosa relação homem versus mulher, também presente na música Tororó, de Chico Buarque.
Os contos de fada, transmitidos de pais a filhos, pela voz, foram se constituindo num patrimônio precioso de cultura, veiculando experiência humana - e podendo significar para a criança um momento inaugural de "organização da experiência" que a literatura propicia. A proposta, aqui, é um estudo comparativo dos contos Chapeuzinho Vermelho, de Perrault, Fita Verde no Cabelo, de Guimarães Rosa, e Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, levando-se em conta que os autores brasileiros estabelecem um inevitável diálogo com o texto-matriz do século XVII. Com efeito, embora as três narrativas enfoquem a questão do crescimento da criança, são apontadas as visões diferentes que elas veiculam: 1. abordagem moralizante e pedagógica do conto de Perrault (os perigos da desobediência infantil, a questão da iniciação sexual); 2. viés metafísico do conto de Guimarães Rosa (confronto com a finitude e a morte, passagem do plano psicológico ao plano metafísico); 3. enfoque da eficácia simbólica da poesia, no conto de Chico Buarque (vitória sobre o medo infantil, mediante o poder da palavra). E tudo levando em conta o que diz Goethe, em sua Teoria das cores: "Quando o artista se deixa levar pelo sentimento, algo de colorido se anuncia".
Os contos de fada, transmitidos de pais a filhos, pela voz, foram se constituindo num patrimônio precioso de cultura, veiculando experiência humana - e podendo significar para a criança um momento inaugural de "organização da experiência" que a literatura propicia. A proposta, aqui, é um estudo comparativo dos contos “Chapeuzinho Vermelho”, de Perrault, “Fita verde no cabelo”, de Guimarães Rosa, e Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque, levando- se em conta que os autores brasileiros estabelecem um inevitável diálogo com o texto-matriz do século XVII. Com efeito, embora as três narrativas enfoquem a questão do crescimento da criança, são apontadas as visões diferentes que elas veiculam: 1. abordagem moralizante e pedagógica do conto de Perrault (os perigos da desobediência infantil, a questão da iniciação sexual); 2. viés metafísico do conto de Guimarães Rosa (confronto com a finitude e a morte, passagem do plano psicológico ao plano metafísico); 3. enfoque da eficácia simbólica da poesia, no conto de Chico Buarque (vitória sobre o medo infantil, mediante o poder da palavra). E tudo levando em conta o que diz Goethe, em sua Teoria das cores: "Quando o artista se deixa levar pelo sentimento, algo de colorido se anuncia".
O presente trabalho tem como objetivo a elaboração de uma Sequência Didática que será aplicada na turma do 7°ano, bem como a análise do processo de ensinoaprendizagem desencadeado a partir de tal aplicação, e como produto final tem-se a produção de contos pelos alunos. O trabalho será dividido em duas partes complementares: uma dedicada à reflexão teórica sobre a função da literatura e sobre literatura e ensino, e outra voltada para a aplicação do texto literário em sala de aula. Para tanto, adotaremos uma perspectiva dialógica a fim de estabelecer um estudo comparativo entre o poema narrativo Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque de Holanda, e os contos Fita Verde no Cabelo, de João Guimarães Rosa, e Chapeuzinho Vermelho, dos irmãos Grimm. O presente estudo toma como base o pensamento teórico de Compagnon (2009), presente no livro Literatura para quê?(2010); Todorov, no livro A literatura em perigo, servindo-nos também da perspectiva dialógica da linguagem, segundo Bakhtin (1981,1986,1990 e 2000) e Brait(2013). Buscaremos refletir sobre a função da literatura na formação do leitor e analisar os processos dialógicos envolvendo o estudo comparativo das obras em questão. Diante disso, procuraremos mostrar as diversas vozes presentes nos textos analisados, considerando que tanto Guimarães Rosa quanto Chico Buarque dialogam com a tradição constituída – a de Chapeuzinho Vermelho, em que todo texto é constituído de outros textos existentes, a partir da leitura das obras objeto de nosso estudo. Para aplicação do texto literário em sala de aula, será adotada a perspectiva dialógica, segundo o modelo de sequência didática proposto por Cereja (2005), presente em seu livro Ensino de literatura, e Cosson (2010), em Letramento literário: uma proposta para a sala de aula.
Instituto de Letras. Curso de Pós-Graduação em Letras
A presente dissertação trata dos tipos de discurso que se evidenciam em nove versões da história infantil Chapeuzinho Vermelho, nem sempre com este título, escritas por Perrault, Grimm, José Fernando Miranda, Georgie Adams, João Guimarães Rosa, Pedro Bandeira, James Finn Garner, Chico Buarque e Carlos Lyra, ao longo de um período de quatro séculos, entre o século XVII e século XX. A primeira parte constitui-se de aspectos preliminares, como a narração de histórias, função dos contos de fada, bem como os pressupostos teóricos da Análise do Discurso (AD) e os princípios teórico-metodológicos, norteadores da análise, necessários para acompanhar a seqüência do trabalho. A segunda parte trata da análise propriamente dita. Os sentidos que se revelaram, mediante análise do discurso presente nas diferentes versões da história, evidenciam as diferentes condições em que foram produzidos. Foram identificados sentidos que apontam para uma repetição e também sentidos que apontam para uma renovação, outros, ainda, que se situam num ponto intermediário entre esses extremos.
Olhos nus: olhos” é um conto do escritor moçambicano Mia Couto, publicado na coletânea Essa história está diferente, organizada por Ronaldo Bressane (Companhia das Letras: 2010). O livro tem como proposta reunir recriações, por autores diversos — e sempre sob a forma de narrativas de ficção —, de motivos temáticos extraídos das letras de Chico Buarque de Holanda. O texto de Couto, como o título deixa ver, é inspirado na canção “Olhos nos olhos”, de 1976. Nesse contexto, não haveria que se esperar um procedimento diferente do que ocorre nas demais narrativas da coletânea: o desenvolvimento de uma história que tangenciasse, em alguns pontos significativos, as narrativas implícitas no discurso lírico das canções. E, no entanto, a invenção de Couto nos surpreende em mais de um aspecto. A descrição dos processos que promovem esse efeito de surpresa é o que propomos no presente trabalho, para o que buscamos mapear as relações intertextuais que o conto estabelece e as múltiplas experiências de leitura que delas decorrem. Para tanto, revisitamos o conceito de intertextualidade sob a ótica da Teoria Geral dos Signos, aplicando-o ao texto comentado.
O presente artigo objetiva apresentar um estado da arte sobre o a tradução/transcrição intersemiótica e Literatura Infanto-juvenil, em forma de pesquisa, apontando alguns pressupostos assumidos por diferentes teóricos que se engajam em tal assunto. A pesquisa que originou este trabalho é documental, de natureza qualitativa, e foi realizada durante a disciplina de Literatura Infanto-Juvenil, do curso de Letras a Distância, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. A discussão promovida gira em torno da transcrição intersemiótica, da releitura dos contos de fadas elaborados por autores de grande porte como Guimarães Rosa em “Fita verde no cabelo”, Chico Buarque de Holanda em “Chapeuzinho Amarelo” e histórias originárias dos irmãos Grimm “Chapeuzinho Vermelho”, onde iremos falar sobre o processo de tradução de um texto em outro dentro do mesmo código linguístico, levando em consideração aspectos culturais, sociais e do público que se quer atingir.