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O Poder Pelo Avesso na Literatura Brasileira

O que Manuel Antônio de Almeida, Joaquim Maria Machado de Assis e Afonso Henriques de Lima Barreto têm em comum? Essa parece ser a pergunta que motiva o estudo de Jean Pierre Chauvin dada a público, pela primeira vez, neste livro. Ao concentrar-se na análise sobre as Memórias de um sargento de milícias (1855), O Alienista (1881) e Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919), o autor sugere diálogos entre a literatura, a sociedade e a história, que favorecem a interpretação das obras pela ótica da construção e manutenção do poder pessoal, este mal equilibrado por entre os desvãos que embalam os privilégios e desmandos em nossa esfera pública. Longe de propor uma classificação dos autores e obras, usualmente afixados em movimentos ou escolas literárias, o ensaio preocupa-se em mostrar que a ficção – colada a alguns eventos de nossa história –, diz muito sobre o caráter artificial e oco de determinados discursos, quase sempre entoados pelo viés reducionista do personalismo, na reafirmação de favores e desmandos. Porventura decorra daí a força das personagens postas em exame: a malandragem de Leonardo; a ciência algo dogmática de Simão Bacamarte; a sabedoria de Gonzaga de Sá, calcada na ética, na doçura e na experiência.

Autor: Jean Pierre Chauvin

Editora: Annablume

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