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Percepções

CIÊNCIA

Era uma segunda-feira normal como todas as outras. Alice levantou-se de sua cama sem nenhuma vontade de seguir com suas obrigações do dia, abriu sua janela com certa dificuldade, o que lhe fez perceber que ainda não estava recuperada do fim de semana. Seu cansaço era tão grande a ponto de sentir-se exausta de realizar uma simples tarefa.

A temperatura estava amena e nenhuma nuvem era vista no céu, o que certamente incomodou a jovem que, ao olhar para fora, sentiu um imenso desconforto nos olhos. Desde sábado, estava com dores no globo ocular. De início, achou que eram apenas consequências da festa que havia ido na sexta à noite. Dois dias depois, a dor ainda persistia, o que fez Alice começar a ficar preocupada.

Cerca de 40 minutos depois, espremida entre estranhos, Alice segura com certa dificuldade o pegador do metrô. Seu braço doía como se esticá-lo exigisse o mesmo esforço que pegar peso na academia. O veículo brecou bruscamente e, pelo susto, a menina teve que olhar para outro lugar que não o celular. Deparou-se com um cartaz. Dengue escrito grande em destaque e, logo abaixo, os sintomas listados: dores atrás dos olhos, indisposição geral, dores nas articulações, fortes dores de cabeça, febres altas e manchas vermelhas na pele. 

Mesmo assim, ela seguiu seu caminho pois achou que melhoraria ao longo do dia, mas não foi o que aconteceu. As dores no corpo só aumentavam e sua cabeça latejava. Mesmo tomando um remédio para aliviar, o desconforto persistiu. Normalmente, quando a aula estava terminando, seu estômago roncava de fome mas, naquele dia, sentia que eliminaria qualquer coisa que ousasse comer. 

Apesar da incomum falta de apetite, Alice resolveu ir ao refeitório com suas amigas. Quando encontrou uma delas, se surpreendeu com a estranha recepção: “Lice, o que é isso no seu braço?”. Ao olhar seu braço descoberto, ela se deparou com várias manchas que não tinha dado importância dias antes. “Deve ser só uma alergia qualquer”, respondeu. Mas o cansaço prolongado, mal-estar, dor no corpo e nos olhos e, agora, as manchas vermelhas a deixaram pensativa e, mais uma vez, aquele cartaz do metrô veio a sua mente.

 Ela tinha razão, não conseguiu comer nada no almoço. Depois de se despedir de suas amigas, Alice resolveu passar no pronto socorro só por via das dúvidas. Chegando lá, foi atendida e encaminhada para fazer um exame de sangue. Com o resultado em mãos, suas suspeitas foram confirmadas: sim, ela estava com dengue. As perguntas não paravam de surgir. “Como foi que peguei? E agora? Quantos dias de repouso?“

Felizmente, o médico explicou a ela que seus sintomas eram o da dengue clássica e que, graças a sua ida rápida ao hospital, o tratamento com remédios e bastante hidratação logo faria efeito. Alguns dias se passaram e a jovem se sentia como nova, pesquisou mais sobre o vírus e, após uma geral em sua casa, encontrou o foco da proliferação: os pratinhos de planta de sua hortinha.

 Rapidamente, ela se prontificou em reparar aquela situação, a fim de evitar a proliferação do vetor, além de entender a necessidade de escutar os avisos dados por seu próprio corpo.

Isabela Gargano

Lívia Uchôa

Marina Giannini

Sofia Zizza

Revisão: Sofia Zizza e Lara Soares

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Universidade de São Paulo - USP | Escola de Comunicações e Artes - ECA | Departamento de Jornalismo e Editoração - CJE | Disciplina: Conceitos e Gêneros do Jornalismo e suas Produções Textuais | Professor: Ricardo Alexino Ferreira| Secretária de Redação: Lara Soares | Editores: Nicolle Martins (Cidadania), Sofia Zizza (Ciências), Julia Alencar (Cultura), Gabriel Reis (Diversidades), Nícolas Dalmolim (Educação), Artur Abramo (Esportes) e João Chahad (Local).

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